O tijolo: O tijolo de adobe é moldado a partir de areia e argila misturadas com água. Vulgarmente acrescenta-se palha ou erva como agente de ligação.
Apesar de não ajudarem a reforçar os tijolos, ou de não lhes proporcionarem resistência a longo prazo, a palha e a erva ajudam os tijolos a retraírem mais uniformemente enquanto secam. Mais importante para a durabilidade, no entanto, é a inerente relação areia/ argila encontrada no solo nativo.
A lama preparada é colocada em moldes de madeira, comprimida e nivelada manualmente. Os tijolos são, então, “despejados” do molde sobre uma superfície plana, para secarem, e cobertos com palha ou com erva para que não se colem. Depois de alguns dias de secagem, os tijolos de adobe ficam prontos para a cura ao
ar. Esta cura consiste na colocação dos tijolos em pé durante um período de 4 semanas ou mais.
Argamassa: Historicamente, a maioria das paredes em adobe são compostas por tijolos de adobe assentes com uma argamassa de lama. Esta argamassa apresenta as mesmas propriedades que os tijolos: relativamente fraca e susceptível à mesma taxa de distorção e retracção higroscópicas (são absorventes da humidade), expansão e contracção térmicas, e degradação.
Consequentemente, nenhum outro material tem sido tão bem sucedido na ligação entre tijolos de adobe. Hoje em dia são vulgarmente usadas argamassas de cimento e de cal com tijolos de adobe estabilizados, mas estas argamassas de cimento são incompatíveis com o adobe não estabilizado porque os dois têm diferentes taxas de expansão e contracção térmicas. Assim, as argamassas de cimento aceleram a degradação dos tijolos de adobe, já que essas argamassas são mais fortes do que o adobe.
Comprime-se uma mistura de lama e palha num molde de Madeira para se formar um tijolo. Depois deste tijolo de adobe ser retirado do molde, ele tem que secar ao ar livre durante um mês ou mais, antes de poder ser usado.
Fundações da edificação: As fundações das primitivas edificações em adobe variavam conforme as práticas locais de construção e conforme a disponibilidade em materiais. Muitas fundações tinham grandes dimensões e eram solidamente construídas, mas outras são quase inexistentes.
Mais frequentemente, as fundações das edificações em adobe eram construídas com tijolos, pedra recolhida no terreno, ou paredes de pano duplo com o interior preenchido com detritos de pedra, fragmentos de tijolo cerâmico ou conchas. Os edifícios em adobe raramente eram construídos sobre caves ou caixas de ar.
Paredes: Como a construção em adobe embora fosse portadora de cargas tinha fraca resistência estrutural, as paredes em adobe tendiam para serem massivas, e raramente ultrapassavam os
dois pisos de altura. De facto, a altura máxima de paredes em adobe nas igrejas das missões no Sudoeste é de aproximadamente 10,00 m.
As paredes exteriores eram, frequentemente, travadas por contrafortes, para maior estabilidade. Nalgumas partes do Sudoeste, era vulgar colocarem-se peças compridas de madeira entre as fiadas superiores dos tijolos de adobe. Esta madeira proporcionava uma grande superfície horizontal para apoio da cobertura, distribuindo assim o peso desta por toda a parede.
Coberturas : As coberturas primitivas do adobe no Sudoeste (desde o século XVII até meados do século XIX) tendiam para serem horizontais, rodeadas por parapeitos baixos. Estas coberturas consistiam em troncos que suportavam traves de madeira, as quais, por sua vez, suportavam um fasquiado em madeira ou em camadas de canas, e eram recobertas com terra de adobe batida.
A madeira era de álamo, alfarrobeira, cedro, ou qualquer outra disponível. Troncos grosseiramente aparelhados (chamados de “vigas”) ou madeiros de forma quadrada eram proximamente espaçados (70 cm ou menos) e apoiados, quer nos membros de madeira que encimavam as paredes de adobe, quer sobre blocos em consola decorados, chamados de “corbels”, que eram assentes sobre a parede de adobe.
Tradicionalmente, estas “vigas” projectavam-se através das paredes de fachada criando o típico pormenor da construção em adobe copiado pelos estilos revivalistas do século XX. Colocavam-se, depois, varas de madeira com cerca de 5 cm de diâmetro (chamados “latias”) cruzadas por cima das “vigas”. Eram usadas pranchas talhadas manualmente (chamadas de “cedros” se fossem em madeira de cedro, e de “savinos” se fossem em madeira de cipreste) em vez das varas, sempre que estavam disponíveis. Nalgumas áreas, estas pranchas eram assentes com um padrão espinhado. Nas áreas do Texas oriental e de Tucson, eram usados talos de saguaro (cacto) para vencerem os vãos entre “vigas”. Depois de o transporte ferroviário ter chegado a muitas áreas, passaram a estar à venda tábuas e pranchas serradas, assim como chapa metálica para coberturas, pelo que foram frequentemente usados nos edifícios, em finais do século XIX e princípios do século XX, ou para reparações dos mais antigos.
A seguir, eram colocados ramos finos de cedro, fibras de plantas ou tecidos sobre o topo das varas ou pranchas. Estes materiais serviam como um fasquiado sobre o qual era compactada uma camada com 15 cm, ou mais, de terra de adobe. Se fossem usadas pranchas, não eram necessários estes ramos. Aplicava-se depois um revestimento geral em lama de adobe.
As coberturas horizontais eram ligeiramente inclinados para drenos feitos com troncos ocos (chamados de “canales” ou de “gargolas”), telhas ou chapa metálica, os quais se projectavam através dos parapeitos.
Os telhados com uma ou mais águas foram-se tornando cada vez mais populares nas construções em adobe dos séculos XIX e XX. Os estilos “territoriais” e a preferência por certos materiais foram-se desenvolvendo. Por exemplo, as coberturas com telhas cerâmicas foram largamente usadas no sudoeste da Califórnia.
Apesar de o caminho-de-ferro ter trazido alguns soletos em madeira e alguma terracota, as coberturas em chapa metálica predominaram nos telhados do Novo México.
Pavimentos: Historicamente, os materiais de pavimento eram colocados directamente sobre o solo, com pouca ou nenhuma preparação subjacente.
Os materiais de pavimento nos edifícios em adobe variavam desde a terra batida até ao tijolo de adobe, ao tijolo cerâmico, ao ladrilho, às lajes de ardósia (chamadas de “lajas”), e aos convencionais pavimentos em madeira.