Geralmente, o calcário é considerado como sendo a mais susceptível das pedras de construção à degradação pelos sais, mas todas as alvenarias históricas estão em risco potencial, conforme o grau da contaminação por sais a que estão sujeitas, bem como de todos os outros factores que trabalham em conjunto com esses sais para lhes provocarem meteorização e degradação.
Os calcários são inerentemente susceptíveis porque contêm carbonato de cálcio.
No ambiente exterior os compostos ácidos arruinam pequenas quantidades de carbonato de cálcio, convertendo-o em sulfato, o mais vulgar dos sais que se encontram nas alvenarias.
As argamassas de cal e os estuques, os arenitos calcários e os outros materiais que contêm carbonato de cálcio são igualmente susceptíveis.
Para além de ser mais resistente, menos poroso e menos permeável do que a pedra, o cimento Portland é outra potencial origem de sulfatos.
Os sulfatos contribuem significativamente para a degradação dos trabalhos em pedra e das esculturas onde tenha sido usado cimento em reparações, no passado, especialmente em injecções.
As outras origens dos sais são externas, tal como o sal do mar, o qual pode provocar dramáticas degradações conforme o substrato de alvenaria.
Os fertilizantes, o sal rodoviário e os gases ácidos provenientes de diversos poluentes atmosféricos são todos origens de potenciais sais solúveis destruidores.
Os sais no solo e na água do solo podem provocar problemas pela migração através da alvenaria com a humidade ascendente, tipicamente visíveis como uma ‘marca de maré’ de manchas que aparecem acima do nível do terreno.
A análise laboratorial de amostras de alvenarias contaminadas por sais exibem tipicamente uma bastante espantosa gama de iões: sulfatos, nitratos, cloretos, sódio, potássio, magnésio e cálcio em concentrações variadas.
Estes iões, que se dissociam em solução sem provocarem danos, cristalizam para formarem sais tais como o sulfato de sódio e o cloreto de sódio (sal de cozinha).
Os químicos contidos em produtos comerciais de limpeza são uma potencial origem de sais solúveis, se não forem devidamente enxaguados das fachadas das construções.
Em particular, deve-se ter muito cuidado com a utilização de produtos de limpeza e de decapantes para tinta, alcalinos, à base de hidróxido de sódio.
Por exemplo, o armazenamento de sais de pólvora junto ao pórtico da Abadia de Malmesbury, em Wiltshire, contribuiu para a degradação da escultura romanesca do portal Sul.
A susceptibilidade dos substratos em alvenaria quanto à cristalização de sais varia bastante conforme a dimensão e a distribuição dos poros.
Isto é especialmente verdade para o calcário e para a argamassa ou estuque de cal.
É difícil generalizar-se, mas os calcários microporosos, tais como o ‘chalk’, que tem muitos poros de relativamente pequeno tamanho, são frequentemente de durabilidade inferior.
Os calcários abertamente texturados, com grandes poros, tais como os de Ketton, são geralmente mais duráveis.
Os calcários magnesianos são susceptíveis aos sais, especialmente nos ambientes poluídos. Os arenitos com um ligante de carbonato de cálcio (arenitos calcários) tendem para serem mais susceptíveis que os outros arenitos.
Os arenitos mais densos ou menos porosos, tais como a pedra de York, são muito menos susceptíveis aos danos relacionados com os sais.
Os materiais cerâmicos vitrificados ao fogo a alta temperatura são mais resistentes do que os materiais cerâmicos porosos de baixa temperatura.