A estabilização simples e as reparações da ornamentação existente podem ser baseadas, muito provavelmente, na análise das condições existentes (ver os parágrafos seguintes sobre Fissuração Superficial e sobre Delaminação).
Investigação histórica. Para trabalhos mais complexos, um proprietário de edifício, um curador ou um conservador devem investigar a história do edifício para descobrirem quando é que ele foi originalmente projectado e construído; quem viveu nele nas diversas épocas; como é que o edifício foi usado; e que elementos eram originais, assim como quais foram acrescentados ou removidos mais tarde. Alguma desta informação pode ser encontrada no National Park Register of Historic Places.
Também têm que ser colocadas perguntas sobre os espaços interiores do edifício e dos seus pormenores decorativos, particularmente quando têm que ser substituídas porções da ornamentação.
Os espaços interiores evoluíram com sucessivas ocupações ou utilizações? Para além da “compo”, foram usados outros materiais decorativos e existem diferenças nos padrões que ajudem a datar o trabalho? Por exemplo, podem ter sido usados estuque e “compo” na mesma divisão, mas aplicados em tempos diferentes. Os recibos das contas dos trabalhadores podem ser usados frequentemente para se estabelecerem as datas dos pormenores decorativos.
A investigação histórica que trata com a construção original do edifício e com o seu uso ao longo do tempo, por seu lado, deve ser relacionada com os objectivos do trabalho que se vai executar.
Preservação. A estabilização, a conservação e a reparação são maximizadas no âmbito do tratamento. Falando-se genericamente, não se recomenda o restauro da ornamentação decorativa conforme um determinado período anterior, a menos que o seu significado histórico se sobreponha à perda potencial da ornamentação existente que caracteriza os outros períodos históricos. Mas se, num interior significativo, faltarem elementos originais e as evidências física e documental forem conclusivas, pode ser adequada a sua réplica com o objectivo de se interpretar uma determinada época.
Análise das condições existentes. Depois de ter sido conduzida a investigação histórica, mas antes de se começar o trabalho, deve ser feita uma análise da superfície e do substrato. Há uma série de questões que o conservador deve considerar. Em primeiro lugar, se a superfície for pintada, o material da ornamentação deve ser identificado. Trata-se de madeira, de estuque, de composição ornamental, ou de qualquer outro tipo de material ornamental aplicado? Geralmente, parte da ornamentação está lascada e partida. O primeiro passo será uma observação próxima do material exposto. Se ele for branco em toda a espessura do ornamento, então este pode ser feito com gesso ou estuque; se for um material castanho mais escuro, é mais provável que seja composição.
Depois de se ter identificado a presença da composição ornamental, deve ser avaliada a sua condição global. As camadas de tinta podem obscurecer a pormenorização fina bem como os problemas de degradação. Devem ser registados os graus de danos e da degradação. As seguintes perguntas típicas devem ser respondidas. A superfície está meramente “fendilhada”, não necessitando de qualquer acção ou apenas de reparação limitada, ou as fendas são suficientemente severas para exigirem a substituição do ornamento? Há falta de bocados? Os pregos 24 (“brads”) de fixação estão enferrujados ou em falta? A condição do substrato também é importante. A superfície da madeira está intacta, ou está a precisar de reparação? Depois de responder a estas perguntas chave, o conservador vai fazer alguns testes dispersos para diferenciar a “compo” original das reparações posteriores, algumas das quais podem ter sido feitas com estuque em vez de “compo”.
A decisão sobre como proceder depende dos objectivos interpretativos globais do tratamento.
Por exemplo, o interior vai ser restaurado de acordo com uma época anterior? Nesse caso, devem ser removidas as reparações posteriores e deve ser replicada a aparência original. Ou o interior vai ser preservado com substituições ou perdas limitadas dos materiais históricos danificados? Nem todas as condições são possíveis de alcançar nos trabalhos de conservação e as contingências devem ser incorporadas nos planos de tratamento para que ele possa ser considerado realístico. Geralmente, consoante a obra progride, o conservador determina o trabalho que necessita de ser feito, bem como a ordem pela qual ele deve ser abordado.