A primeira utilização arquitectónica do chumbo no Reino Unido foi feita, provavelmente, pelos Romanos, que reconheciam as suas vantagens, especialmente em canos para água, e a primeira utilização conhecida deste material numa cobertura de igreja é tão antiga como 650 DC em Lindisfarne, onde foi substituir o colmo Escocês.
O uso da folha de chumbo no período Normando está melhor documentado e inclui capeamentos para protecção de cantarias muito expostas.
A folha de chumbo fundida em areia foi largamente usada como revestimento de coberturas desde o período Normando, e apesar de a arquitectura mais antiga e vernácula usar beirados projectados, o uso de platibandas levou ao aparecimento de caleiras e de gárgulas para despejo das águas.
O tubo de queda de águas pluviais foi um desenvolvimento natural. Uma das primeiras circunstância do seu emprego foi identificada numa carta mencionada por Lawrence Weaver no seu livro English Leadwork.
Cita-se que o Rei Henry III escreveu o seguinte ao Keeper of the Works da Torre de Londres, no ano de 1241: “Nós te ordenamos que… consertes todas as goteiras de chumbo da torre grande através das quais a água da chuva deve cair desde o topo da mesma torre para ser trazida até ao chão, para que as paredes da dita torre, que foi recentemente caiada, não sejam estragadas pelo escorrimento da água da chuva nem facilmente enfraquecidas”.
Os telhados das igrejas medievais eram, por vezes, elaboradamente ornamentados com terminais incluindo figuras de santos, e as agulhas eram frequentemente telhados com chumbo, como é caso da magnífica agulha retorcida em Chesterfield. Os tubos de queda fundidos eram raros, já que a maioria das igrejas continuava a usar gárgulas, mas existem alguns exemplos tal como em Kettering, Northamptonshire (Séc. XV).
Nos finais do Séc. XV o chumbo tornou-se cada vez mais caro, jáque a maioria das origens de chumbo disponíveis estavam exaustas, e tinham que ser encontrados depósitos mais profundos.
Então, em 1539, a Dissolução dos mosteiros proporcionou grandes quantidades de chumbo reciclado e trouxe um novo ímpeto ao trabalho com chumbo. Começou a aparecer mais frequentemente ornamentação elaborada nos tubos de queda, funis e tanques de recepção em chumbo, geralmente incorporando datas e motivos heráldicos, especialmente nas casas seculares. Outros artefactos incluíam estátuas e urnas, candelabros e cotas de armas.
Os trabalhos primitivos em chumbo eram todos “fundidos em areia”.
As folhas eram fabricadas despejando-se o metal fundido sobre um leito de areia molhada que tinha sido meticulosamente alisada. Fazia-se a espessura ficar a mais certa possível passando-se uma tábua chamada de “strikle” sobre a superfície, suportada em ambos os lados por guias colocadas à altura desejada.
Tal como hoje, a principal utilização destas folhas de chumbo fundido na areia era destinada para o revestimento e para os remates dos telhados, mas também podia ser usada a sua capacidade decorativa, moldando-se o metal numa forma ornamental, geralmente sobre um molde interior em madeira ou em metal, para se garantir que o objecto retinha a forma deste.
Por batimento com um martelo, produzia-se uma textura superficial finamente granulada que era menos propensa a ser corroída.
Soldando-se depois as folhas, produzia-se uma selagem impermeável que a fazia ser ideal para aplicações exteriores, tais como nos remates dos terminais de telhados, desde que a sua fixação fosse suficientemente solta para permitir a expansão e a contracção.
Aplicava-se a decoração superficial por uma grande variedade de maneiras. A decoração em relevo podia ser aplicada por “bossing” (bater a martelo) a folha de chumbo contra um molde ou pela fixação de embelezamentos fundidos.
A superfície da folha também podia ser pintada ou dourada, sendo por vezes aplicada folha de estanho na superfície aquecida, com um fluxo de resina, para que os dois metais parcialmente fundidos produzissem uma superfície endurecida e brilhante.
Actualmente, quando se vai pintar o chumbo, conseguem-se melhores resultados usando um primário de dois componentes.
As tintas convencionais não aderem bem à superfície do metal, e ao estalarem e descamarem retêm a humidade que vai depois provocar a corrosão do chumbo subjacente.
Também se produziam trabalhos decorativos em chumbo pela moldagem do chumbo em moldes de areia que eram formados por pressão com um contramolde em madeira.
Para se fazer a pia baptismal acima ilustrada, por exemplo, parece provável que só tenham sido usados três padrões, já que o motivo espiral e as duas diferentes figuras sentadas são repetidos dentro de um desenho de arcada que rodeia a forma em alguidar da pia. Esta pia baptismal foi fundida em secções, provavelmente, usando-se um leito de areia plano com a decoração decalcada.
Uma vez fundidas, as secções foram voltadas a aquecer e dobradas para adquirirem uma forma curvada antes de serem reunidas por soldadura.
Os moldes “frios” permanentes apareceram mais tarde, provavelmente na sequência da revolução industrial.
Chamavam-se de moldes frios porque eram feitos em metal, o que fazia com que o chumbo solidificasse em contacto com uma superfície fria. Hoje em dia são feitos em alumínio fundido, mas no passado foram usados o ferro fundido e uma grande variedade de outros metais.
Os moldes são geralmente constituídos por duas ou mais partes que encerram a totalidade do objecto, e essas partes são desmontadas para se libertar a fundição acabada. A fundição deve ser executada cuidadosamente para se evitar a criação de qualquer poeira tóxica.
Para se produzir um molde frio, começa por ser feito em chumbo o componente que vai ser fundido, pela forma convencional, usando-se diversas fundições em areia reunidas por soldadura, se for necessário.
A partir deste original, o fundidor faz então moldes em gesso, a seguir um novo modelo em gesso e, finalmente, o molde em ferro fundido.