Uma observação recente sobre o uso das cales hidráulicas nas regiões do Trust que fazem obras directas, indica que as cales hidráulicas não são largamente usadas.
Isto pode ser devido ao adequado desempenho dos materiais não hidráulicos.
Também pode existir uma compreensível relutância em se usarem materiais não familiares que ainda não foram bem caracterizados.
Para efeitos de conservação, claro que as cales hidráulicas mais fortes só são apropriadas em aplicações muito selectivas.
As cales hidráulicas mais fracas e as cales não hidráulicas continuam a ser, sem dúvida, satisfatórias para muitos trabalhos, se forem adequadamente aplicadas e protegidas.
Em Junho de 1966, a English Heritage decretou um embargo de um ano ao uso das misturas de cales não hidráulicas com hidráulicas nas obras apoiadas por subsídio, aguardando posteriores investigações.
Isto foi uma resposta dada a alguns falhanços reportados com esse tipo de misturas.
A cal não hidráulica compromete a resistência das cales hidráulicas mais fracas, e isto pode ter como consequência o seu falhanço em condições de exposição severa.
Num contexto ambiental mais amplo, existe uma forte base para o renascimento do uso da cal hidráulica na construção nova, já que o consumo de energia e a poluição provocadas pela sua produção são menores do que no caso do cimento Portland.
Foi encarada a certificação pelo British Board of Agrément para uma cal hidráulica comercial Britânica, para se ajudar a promover a sua aceitação pela indústria da construção.
No século XIX, a cal hidráulica era entendida como tendo algumas das vantagens do cimento Portland, para além do benefício de ter uma presa mais demorada.
Também há uma tendência para o uso de aditivos de presa mais fiáveis, ou pozolanas, que induzem uma presa hidráulica na cal não hidráulica.
O pó de tijolo é, talvez, o seu tipo mais vulgar. Emergiu um melhor conhecimento das suas propriedades reactivas, proveniente das investigações da British Heritage (Projecto Smeaton).
Está a ser novamente importado da Alemanha para o Reino Unido um aditivo natural de presa, o trass vulcânico, depois de uma ausência superior a um século e meio.
Também há algum interesse orientado para os metacaulinos, argilas porcelânicas refinadas desenvolvidas para melhorarem a durabilidade do cimento Portland e do betão.
O pó do isolamento para temperaturas elevadas (ou HTI, proveniente do tijolo refractário) tem vindo a ser abandonado por alguns, por causa das suas características variáveis.
O uso do cimento como aditivo de presa também tem sido muito questionado, e demonstrou ser particularmente prejudicial quando usado em pequenas quantidades e exposto a condições climatéricas severas.
Em termos de execução prática, é necessária uma grande gama de competências desde a extinção da cal até à sua aplicação.
No âmbito do Trust, a existem ctualmente mais de vinte instalações destinadas à extinção da cal.
A extinção da cal rápida com agregado, o método historicamente mais vulgar para a extinção das cales de construção, foi revitalizado por alguns empreiteiros de conservação e até, pelo menos, por um produtor comercial.
Entre os muitos cursos de formação existentes, o Trust tem o seu próprio Workshop sobre Argamassas de Cal que é organizado anualmente pela Cliveden Conservation Workshop Ltd e é uma oportunidade para a partilha de competências e para a aquisição de conhecimentos sobre os métodos e sobre os materiais.
Apesar de se ter vindo a adquirir uma grande quantidade de conhecimentos sobre o uso de argamassas de cal não hidráulica em pasta, deve-se reconhecer que tem havido alguns falhanços.
Estes foram, provavelmente, devidos a uma insuficiente combinação de protecções contra o Inverno; a trabalhos realizados em estação imprópria; a aditivos de presa inadequados; ou a especificações inadequadas para condições de exposição severa ou de humidade estrutural endémica.