Para além dos problemas provocados pelo movimento ou pela fraqueza do madeiramento da estrutura, a durabilidade do estuque pode ser afectada por matérias de fraca qualidade ou por uma mão-de-obra deficiente.
Massas com dosagem pobre: O doseamento adequado e a correcta amassadura dos materiais são vitais para a qualidade de um trabalho em estuque. Uma má composição pode provocar problemas numa parede de estuque, que só se tornam aparentes anos mais tarde. Até recentemente, as proporções do agregado e da cal eram misturadas em obra. Um estucador podia cortar na quantidade do material cimentício (cal ou gesso) porque a areia é o material mais barato. Exagerar na areia pode provocar o enfraquecimento e desagregação do estuque. Um estuque feito com uma composição fraca pode ser mais difícil de reparar.
Camadas de base e de acabamento incompatíveis: O uso da perlite como agregado também apresenta problemas. A perlite é um agregado leve usado na camada de base em vez de areia. Ela comporta-se bem em tempo frio e tem um melhor valor de isolamento. Mas se for aplicada uma camada de acabamento fina, à base de cal, sobre camadas de base com perlite e sobre um fasquiado em madeira ou “rock lath”, aparecem fissuras nessa camada de acabamento e todo o trabalho pode ter que ser repetido. Para se evitar isto, o estucador deve adicionar areia de sílica ou perlite finamente pulverizada na camada de acabamento, para compensar a dramática diferença de retracção entre as camadas de base e essa camada de acabamento.
Aplicação inadequada do estuque: A camada de acabamento fica sujeita a um destacamento por placas se for aplicada sobre uma camada de base excessivamente seca, ou se for insuficientemente talochada, ou se for utilizado pouco “gauged stuff”. O destacamento por placas parece-se muito com uma tinta com “pele de lagarto”. Outro problema vulgar é a chamada fissuração em “teia de aranha” – fissuras finas e irregulares que ocorrem quando a camada de acabamento foi aplicada sobre uma camada de base demasiadamente doseada com areia, ou executada muito delgada.
Demasiado retardante: Os agentes retardantes são adicionados para atrasarem a velocidade a que o estuque cura, e para isso inibem o seu endurecimento. Tradicionalmente, eles incluem a amónia, a cola, a gelatina, o amido, o melaço de açúcar ou o óleo vegetal. No entanto, se o estucador tiver usado muito agente retardante, o estuque de gesso não vai fazer presa dentro do período normal de 20 a 30 minutos. Consequentemente, a sua superfície torna-se mole e pulverulenta.
Espessura inadequado do estuque: O estuque é aplicado em três camadas sobre um fasquiado em madeira ou metálico – as camadas “scratch coat”, “brown coat” e de acabamento. Num trabalho com três camadas, a “scratch coat” e a “brown coat” são frequentemente aplicadas em dias sucessivos, para se acumular a espessura de parede exigida. A utilização do “rock lath” permitiu ao estucador aplicar apenas uma camada de base e uma camada de acabamento – um trabalho em duas camadas. Se um estucador poupar nos materiais, a parede pode não ter a espessura de estuque suficiente para suportar os esforços normais de um edifício. A espessura mínima para a placa de estuque ou de gesso (“rock lath”) é de 1,20 mm. Esta espessura mínima pode afectar a espessura da projecção dos guarnecimentos para fora do pano da parede.