Substrato do estuque Ornamental – No caso do estuque liso de paredes e tectos, assim como no caso das formas decorativas, o sistema de agarrar o estuque interior às paredes e aos tectos consiste, principalmente, em ripas de madeira com 1⁄4” x 1⁄4” pregadas, com um afastamento de 3/8” entre si, contra prumos e barrotes. Primeiro aplicava-se à colher uma camada áspera consistindo em areia, cal e crina animal sobre as ripas, a qual se comprimia através das frestas para que penetrasse nelas formando “chaves”. Seguidamente, aplicava-se uma camada de acabamento para se estabelecerem superfícies planas e aprumadas. O estuque primitivo consistia em duas camadas de estuque de areia e cal; mais tarde, no século XIX, foi acrescentada uma terceira camada que consistia em cal amassada com gesso.
As unidades decorativas eram geralmente agarradas ao substrato usando-se o estuque como cola.
Sinais de ruína – A ruína do substrato é a ruína mais típica do próprio estuque ornamental. Entre as razões para a degradação, o movimento estrutural e a penetração de água são as mais prejudiciais. Os edifícios deformam-se e assentam, provocando deflexões e delimitações que resultam em fissurações por tensão. Estas fissuras começam frequentemente nos cantos das janelas e das portas, e estendem-se para cima em ângulos agudos. As infiltrações provenientes das coberturas e das canalizações provocam a descoloração e a descolagem dos acabamentos, e são origem de eflorescências, especialmente nas molduras corridas ou ornamentadas. Os edifícios não aquecidos que sofram de intrusão de água estão sujeitos a ciclos de congelamento – descongelamento que fatalmente resultam na ruína da camada de base e do estuque ornamental.
Para além disso, as propriedades de ligação e de colagem podem ser ainda ameaçadas pelas composições originais de massas fracas que foram inadequadamente aplicadas. A ruína do substrato resulta tipicamente de ripados defeituosos ou do enferrujamento dos pregos, fazendo com que os tectos caiam. No século XX, a vibração consequente do tráfego de veículos, de explosões próximas, e até de impactos sónicos contribuem para a degradação do estuque ornamental. Um suporte inadequado consequente do projecto original também pode ser culpado quando unidades especialmente pesadas simplesmente caíram com o passar dos tempos. Finalmente, novos sistemas mecânicos, tectos falsos suspensos e divisórias amovíveis insensivelmente instalados em obras de adaptação de utilização, demonstram pouco respeito pelas inspiradas decorações dos períodos antecedentes.
Um assentamento estrutural fez com que este tecto se deformasse. Um engenheiro de estruturas pode escorar o tecto por baixo e voltar a fixar o estuque aos barrotes.
O assentamento do edifico provocou fissuração por tensão quer no estuque liso das paredes quer no estuque ornamental. A reparação da moldura envolve o “alegramento” das fissuras com uma goiva em “V”, e a aplicação de remendos com uma mistura de gesso e cal.
Reparação e substituição – A ruína do estuque é uma questão de graduação. Por exemplo, a ruína da camada superficial pode ser reparada pela aplicação de uma nova camada de acabamento sobre um substrato saudável. Da mesma forma, se tiver ocorrido a fissuração ou perdas em todas as três camadas e essa fissuração não estiver combinada com ruínas estruturais de maior importância, ela pode ser reparada da mesma forma que o estuque liso em paredes. Para o estuque ornamental, no entanto, a reparação quetenha que ir para além de simples remendos, é significa frequentemente a substituição localizada de troços completos de moldes corridos e de ornamentações moldadas. As peças que estejam deterioradas ou danificadas, necessitando mais do que a da simples aplicação de remendos, devem ser removidas e substituídas por novas peças que condigam exactamente com o estuque histórico existente. Por esta razão, o restauro parcial é muitas vezes uma opção mais adequada do que a reparação. Mas seja qual for a opção adoptada, não se recomenda que a reparação do estuque ornamental seja executada a nenhum nível pelos próprios proprietários do edifício; é um ofício que requer anos de treino e experiência. Deve ser sempre contratado um profissional qualificado para fazer um inventário dos enriquecimentos em estuque ornamental e para identificar os pormenores que são reparáveis in situ e os que devem ser removidos para reparação e reprodução em oficina.