A Igreja de Santo Cristo em Outeiro (Bragança) foi construída em 1698-1738.
A estrutura é realizada essencialmente com xisto argamassado, ainda que seja visível cantaria de pedra granítica na fachada principal, ver Lourenço et al. (1999) para um relatório completo.
A estrutura é de dimensões moderadas (38 ⋅ 22 m2 em planta, 13 m de altura da nave e 22 m de altura para as torres).
A fachada é uma obra de grande valor arquitectónico devido ao arco geminado e ao revestimento granítico, possuindo um óculo de grandes dimensões e uma balaustrada entre as duas torres.
Lateralmente, existem galilés cruzadas que formam três capelas.
O interior da igreja possui uma única nave em cruz latina com abóbadas cruzadas, dividida em três partes por dois arcos diafragma.
Os arcos são suportados pelas paredes laterais e pelos arcos transversais das capelas, que funcionam como contrafortes.
A igreja possui danos significativos na fachada central (arco geminado, óculo e balaustrada), com deslocamentos verticais e horizontais na direcção normal ao plano médio da fachada, associados a fendilhação visível.
O coro possui deslocamentos horizontais e verticais significativos, com uma inclinação dos pilares de cerca de 3% e fendas pronunciadas nos arcos e nervuras pertencentes às abóbadas de cruzaria.
Efectuaram-se os seguintes trabalhos: (a) análise histórica do edifício, (b) sismologia histórica do local, (c) sondagem geotécnica, poços e ensaios de placa, (d) vectorização da fachada principal por fotogrametria monoscópica, (e) levantamento geométrico simplificado do coro e fachada, (f) levantamento fotográfico e gráfico das patologias encontradas e (g) inspecção boroscópica da fachada principal.
Para justificar os danos apresentados pelo imóvel realizaram-se diferentes estudos.
Com uma modelação plana da fachada/ coro e interacção solo-estrutura, demonstrou-se que as acções verticais não seriam responsáveis pelos danos que o imóvel apresenta.
Recorrendo à modelação tridimensional em que os diferentes panos (cantaria granítica com 0.30 m e xisto argamassado com 1.20 m de espessura) foram considerados, foi possível obter um afastamento máximo de cerca de 0.10 m no topo da parede, no caso da acção sísmica.
Este valor é comparável com os valores medidos na estrutura. Da mesma forma, uma modelação tridimensional do coro, permitiu justificar que o dano exibido tem origem sísmica.
Salienta-se desde já a necessidade de um desenho inicial que localize convenientemente a zona a intervir e descreva a totalidade dos trabalhos a realizar.
Salientando-se a adopção de escalas diferentes que permitem o detalhe adequado, a utilização de materiais com a durabilidade adequada (como o aço inox), os pormenores do grampeamento da fachada e os pormenores da montagem do arco geminado.
As Condições Técnicas incluem as condições técnicas gerais, a recuperação da zona central da fachada, o empuxe do coro e a recuperação do coro.
Para cada capítulo definiu-se o objecto, os critérios de medição, as características dos materiais, as características do equipamento e a tecnologia de execução.
O detalhe do texto, associado ao efectivo planeamento dos trabalhos, limita o improviso e as alterações da empresa de construção, assegurando a adequada realização dos trabalhos e permitindo a sua efectiva fiscalização.