A resistência das paredes de terra é proporcional ao respectivo teor em humidade. Com um teor de humidade de 13% do seu peso seco, a resistência do material cai para um ponto em que ele já não consegue resistir à pressão exercida por uma parede genérica (cerca de 0,1 N/mm2).
A este nível a parede pode entrar em colapso. A humidade é geralmente provocada por obras de alteração mal executadas, por uma manutenção inadequada, ou por falta de ventilação.
Humidade ascendente: A maioria dos edifícios de terra tem fundações em pedra rústica, pouco espessas, sobre as quais existem embasamentos em alvenaria de tijolo ou em alvenaria de pedra rústica, variando entre os 150 mm e os 1200 mm de altura.
A humidade ascendente penetra frequentemente pelo embasamento acima até à parede de terra. No entanto, onde for necessário acrescentar-se uma barreira impermeável, esta deve ficar no embasamento, para se evitarem quaisquer danos na construção de terra.
Onde as paredes em terra não tiverem embasamentos, é mais provável que a humidade ascendente seja um problema, mas, nestes casos, não devem ser usadas camadas impermeáveis para constituírem uma barreira contra essa humidade, uma vez que elas iriam impedir a secagem da parte de baixo da parede, pelo seu isolamento contra o efeito de capilaridade em direcção à parte de cima da parede.
Esta situação pode conduzir ao colapso da parede, conforme o teor em humidade vai aumentando. Devem ser usados métodos alternativos, executados sob o parecer de um especialista, tais como o melhoramento da drenagem do solo e a rápida remoção da água superficial da envolvente do edifico, quando chove.
Camadas e rebocos impermeáveis: As paredes em terra são tradicionalmente acabadas pelo exterior com rebocos de cal ou de terra e, pelo interior, com estuque de cal ou de terra, similares mas mais perfeitos. Não devem ser usados rebocos com um teor de cimento superior a 10% já que eles não são permeáveis ao vapor e, inevitavelmente, retêm a humidade no interior da estrutura.
Eles também produzem uma superfície fria na qual se irá formar condensação dentro da estrutura e, além disso, o cimento expande quando é aquecido (tem o mesmo coeficiente de dilatação térmica que o aço) enquanto que a terra tem tendência para retrair.
Em consequência, os movimentos térmicos diferenciais provocam a fendilhação desses rebocos de cimento, permitindo a entrada da água. Esta humidade, combinada com a condensação por baixo do reboco, percola para a base da parede onde se acumula, provocando a degradação da parede de terra.
Os danos consequentes da utilização de rebocos de cimento têm sido dramáticos, envolvendo o colapso de grandes secções de paredes. A pintura do exterior dos edifícios pode ter o mesmo efeito, já que muitas das tintas modernas retêm a humidade no interior das paredes.
Este tipo de danos pode não estar coberto pelas apólices de seguro doméstico correntes. Por isso, quando são necessárias reparações, deve sempre ser usado um reboco de cal ou de terra, a condizer com o original ao máximo possível e, quando seco, ele pode ser pintado com tinta de cal, a qual não é apenas o único acabamento tradicional, mas é também permeável ao vapor de água.