Historicamente, nas dosagens de argamassas gordas de cal (não hidráulicas), as proporções entre as pozolanas vulcânicas naturais e a areia situavam-se frequentemente na zona de uma parte de cal em pó (duas partes de cal em pasta) para uma de areia e uma de pozolana; ou de uma parte de cal em pó (duas partes de cal em pasta) para até duas e meia partes de pozolana ou de trass, sem adição de areia.
Para a utilização com cales hidráulicas naturais, as proporções relativas das pozolanas eram reduzidas.
Encontra-se vastamente pó de tijolo, em proporções variadas, nas argamassas de cal antigas.
Também se sabe que as cinzas de cal foram usadas, em combinação com areia e gesso, para pavimentos, mas a extensão do seu emprego como aditivo pozolânico em argamassas não é conhecido.
Onde quer que seja necessário o acerto próximo com materiais históricos, deve ser encomendada uma análise da argamassa original.
As propriedades e o comportamento das pozolanas devem ser sempre verificados por ensaios sobre amostras, antes do seu emprego.
A escolha do tipo e da quantidade de pozolana que vai ser usada
numa argamassa de cal moderna terão que ser determinados parcialmente pelas exigências de desempenho, e parcialmente pela disponibilidade dos materiais (especialmente no caso das pozolanas modernas fabricadas) e pela informação e experiência.
As especificações modernas tendem a utilizar produtos cerâmicos de fraca cozedura para atingirem uma melhor durabilidade nas argamassas, e cinzas volantes para grouts estruturais.
Recentemente, as pozolanas fabricadas a partir da caulino também têm sido empregues em argamassas de cal hidráulica.
Apesar de existirem também à venda pozolanas naturais importadas e cinzas de cal (sob a forma de resíduos dos fornos de cal alimentados por combustíveis) elas raramente são especificadas.
Onde seja necessário aumentar-se a resistência ao congelamento de uma argamassa permeável e fraca ou a sua durabilidade em localizações expostas, é frequentemente especificada a adição de pó de tijolo.
As proporções da mistura podem situar-se na zona de uma parte de cal em pasta para duas ou três partes de areia, com a adição de até uma parte de pó fino de tijolo.
O pó de tijolo fino e fresco parece ser mais reactivo, já que apresenta a máxima superfície específica, consequente do seu maior número de partículas por unidade de peso.
(O Smeaton Project descobriu que o pó de tijolo com uma gama alargada de dimensões de partículas entre os 38 e os 600 microns atingia o sucesso máximo, e que partículas menores, provavelmente as menores que 75 microns, tendiam para serem pozolânicas, enquanto que as maiores do que 300 microns tendiam para actuarem como partículas porosas).
Para exposições severas ou outras situações exigentes, em que uma argamassa de cal tenha que permanecer permanentemente molhada o ficar sujeita a ciclos repetidos de humedecimento, secagem e arrefecimento, pode ser especificada uma argamassa de cal hidráulica natural ou uma argamassa mais fortemente pozolânica.
Em certas localizações, por exemplo em ambientes marítimos, pode ser apropriada a utilização de uma argamassa de cal hidráulica natural doseada com pozolana.
Onde forem adicionados materiais pozolânicos a uma argamassa não hidráulica, isto deve ser feito durante a fase de corte, batimento e amassadura, muito próximo da aplicação.
O pó de tijolo deve ser molhado e fortemente amassado na mistura. Uma argamassa aditivada normalmente pode ser
cortada e batida segunda vez, se não for imediatamente utilizada, mas as misturas não usadas dentro de 24 horas devem ser descartadas.
Quanto mais hidráulica for a mistura, menor será o tempo de trabalho disponível antes de se ter estabelecido a presa.
As técnicas para a aplicação das argamassas pozolânicas são semelhantes às que vulgarmente se recomendam para outros tipos de argamassas de cal.
Todos os elementos da boa prática, tais como a cuidadosa preparação dos materiais, a adequada e apropriada preparação dos fundos de aplicação (incluindo a sua limpeza, o seu humedecimento prévio para controle da absorção e, quando apropriado, o acabamento de ligação entre superfícies), a utilização de pequenos volumes de argamassa, a sua cura lenta e a protecção contra o sol, a chuva, o vento e o congelamento das argamassas frescas, são todos muito importantes.
A utilização das pozolanas nunca deve ser encarado como um substituto de uma adequada e cuidadosa prática construtiva em obra.
Outras Especificações
A aditivação com cal hidráulica, ou mesmo com cimentos Portland, é especificada, por vezes, para se conseguir modificar as propriedades das argamassas de cal não hidráulica.
Os prós e os contras destas misturas estão fora dos objectivos desta discussão, e estritamente falando nenhum destes materiais deve ser descrito como sendo uma pozolana.
Concorda-se geralmente que as proporções da aditivação devem ser o mais próximo possível das da cal básica, e que deve ser cuidadosamente amassada para se conseguir a sua distribuição uniforme por toda a argamassa.
A experiência na Escócia em anos recentemente passados, demonstrou que as argamassas cujo conteúdo total de cal
compreendia entre os 50 e os 75 % de cal não hidráulica, com entre 50 e 25 % de cal moderadamente ou eminentemente hidráulica, podem ser usadas com sucesso em situações de exposição severa, desde que todos os elementos da boa prática construtiva sejam respeitados em obra.
Desenvolvimentos Futuros
O uso de pozolanas em argamassas e betões de cimento Portland está melhor compreendido do que nas argamassas de cal.
Os trabalhos recentes de Stafford Holmes and Michael Wingate proporcionaram informações valiosas sobre a extensão da sua utilização histórica.
Do que se necessita é de um programa de ensaios e de monitorização de desempenho para as diversas pozolanas à base de argila e produzidas em fábrica existentes no mercado.