Apontamentos Defeitos vulgares, suas causas e trabalhos curativos necessários

Defeitos vulgares, suas causas e trabalhos curativos necessários

Mosaicos soltos, partidos e rachados são os defeitos mais vulgares nos mosaicos Vitorianos e Eduardinos.

Os mosaicos individuais soltos e partidos são, geralmente, o resultado do desgaste e do uso, e podem ser simplesmente substituídos.

O desgaste e o uso podem, claro, estar conjugados com danos por impacto, onde algum objecto pesado tenha caído no chão.

Em tais casos, a camada de assentamento exposta necessita de ser cuidadosamente examinada, para se ver se apresenta fissuração ou quaisquer sinais de inundação.

As áreas maiores de mosaicos soltos são, normalmente consequentes de qualquer tipo de movimento da estrutura do pavimento.

Como a argamassa de assentamento, usada sob os mosaicos, é normalmente muito frágil, os pavimentos em mosaico não conseguem tolerar qualquer deformação significativa sem entrarem em fractura. Uma vez que a camada de assentamento fracture, a aderência dos mosaicos à argamassa começa a falhar.

A causa do movimento deve ser identificada e corrigida antes de se iniciar a intervenção nos mosaicos.

Deve-se verificar especialmente:

  • Os movimentos nos apoios das vigas;
  • Em todas as madeiras, a podridão seca ou húmida ou a infestação por xilófagos;
  • Todas as juntas pregadas;
  • Todas as cunhas metálicas;
  • A pregação de todos os barrotes;
  • A condição das tábuas de cofragem;
  • A demolição da compartimentação original nas caves (os tabiques em madeira proporcionavam, frequentemente, uma rigidez significativa e também podem ter sido demolidos alguns pilaretes em tijolo);
  • Inspeccionar se as vigas estão bem apoiadas nos suportes das paredes;
  • Detectarem-se vestígios de deslizamento ou assentamento de fundações.

É fácil detectar-se se existe alguma oscilação anormal no pavimento, ajoelhando sobre ele, e batendo-lhe com o punho cerrado. Se sentirmos o pavimento a vibrar sob os nossos joelhos, é porque existe demasiada oscilação.

Esta oscilação deve ser tratada antes que venha a ser necessário repararem-se os mosaicos.

O trabalho de ladrilhador pode começar logo que a estrutura do pavimento fique firme.

Os mosaicos soltos devem ser cuidadosamente levantados, uma vez que é possível que se consiga voltar a aplicá-los.

Os mosaicos partidos ou danificados que ainda estejam firmemente agarrados têm que ser arrancados a maceta e ponteiro. Isto tem que ser feito com muito cuidado, já que é provável produzirem-se danos nos mosaicos colaterais.

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Quaisquer argamassas que tenham sido usadas para preencher as lacunas de mosaicos em falta, devem ser cuidadosamente removidas até à argamassa de assentamento original, mas não mais fundo do que isso.

Tais remendos são, geralmente, bastante fracos e fáceis de remover.

Deve ser evitada, a todo o custo, a remoção da argamassa de assentamento.

Como ela é, geralmente, muito forte, o processo de remoção pode, frequentemente, provocar que áreas adicionais de mosaico fiquem soltas.

Para se garantir que há espaço para uma fina camada de colagem, é preferível desgastarem-se os mosaicos do que a argamassa de assentamento, retirando-se 2 ou 3 mm do verso dos mosaicos com uma mó de diamante e água.

Se existirem vestígios de que a camada de assentamento está a fracturar-se ou a perder a sua ligação com o caixotão inferior, vale a pena impregnar-se essa camada com uma resina acrílica, para a consolidar.

Durante a execução desta operação, alguma dessa resina pode penetrar através do pavimento, pelo que devem ser cobertos ou retirados quaisquer bens existentes no compartimento por baixo.

Também pode ser útil tratarem-se com resina as faces expostas dos mosaicos existentes, quando se tiverem retirado os mosaicos danificados ou a camada de assentamento.

As fracturas maiores existentes na camada de assentamento podem implicar uma reparação com argamassa epóxi, ou a substituição de áreas parciais dessa camada.

As bases sólidas de “betão”, posteriores a 1900, podem ser as mais problemáticas, pelo que danos ou movimentos extensos podem significar o fim do pavimento.

Muito frequentemente, o terreno que suporta a base foi “aterrado” e fracamente compactado. A sua posterior retracção pode deixar, frequentemente, vazios substanciais por baixo da base.

Encontra-se então um movimento considerável de parte ou da totalidade da base, como se pode determinar pela verificação dos níveis na linha do rodapé.

Se o pavimento estiver fissurado, atravessando um canto, e abatido, pode ser possível remover-se esta área e executar-se uma nova porção da base, mas a vibração provocada durante o processo de remoção pode provocar a danificação de mais partes dessa base.

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Para se revelar onde existem vazios por baixo da base, pode-se bater no pavimento com um objecto metálico – se eles existirem, geralmente, não é prático fazer-se a sua rectificação sem se remover e substituir a totalidade do pavimento.

Deve-se assinalar que, a menos que os mosaicos estejam assentes numa camada fraca de cal, arrancar-se e voltar a assentar-se os mosaicos originais não é uma proposta prática.

É provável que, pelo menos, 75% dos mosaicos sejam danificados durante a execução deste processo, e a limpeza dos resíduos de argamassa ainda os vai danificar mais.

Se a reparação não poder ser feita sem a remoção global dos mosaicos, pode não haver alternativa senão substituir-se o pavimento por uma réplica – e esta abordagem pode ser, de longe, mais eficiente em termos de custos.

Uma vez que estejam corrigidos os problemas da base, pode-se iniciar o assentamento dos mosaicos.

As áreas devem ser sempre ensaiadas em seco, antes de tentar a sua montagem, já que algumas dimensões dos mosaicos podem necessitar de ajustamento para caberem no espaço disponível.

Deve ser usada uma camada fina de cola cimentícia para mosaicos cerâmicos, no assentamento destes, e devem-se verificar frequentemente os níveis e o alinhamento dos pontos com uma régua direita.

Geralmente, o ideal é usar-se uma aguada cinzenta escura, já que a aguada original foi-se sujando até estar quase negra.

Uma aguada cinzenta clara pode fazer ressaltar uma área reparada, até que essa aguada venha a ficar suja.

Os materiais mencionados podem ter que ser alterados se a política de conservação do edifício ditar o uso de, apenas, materiais originais.

No entanto, o uso de camadas de assentamento à base de cal, para pavimentos em mosaico, deve ser abordado com muita precaução – os tempos de assentamento ficam muito alargados, mesmo que seja usada cal hidráulica, e o pavimento pode ter que ficar fora de serviço durante algumas semanas.