4 passos de reparação
Conforme a condição da janela, podem-se distinguir 4 graus de métodos de reparação:
- Manutenção corrente.
- Reparações ligeiras.
- Reparação completa.
- Renovação total da janela.
Além disso, pode ser necessário complementarem-se as janelas existentes com vidros duplos. Geralmente, todas as janelas de um edifício estão caracterizadas pela mesma degradação, mas pode acontecer que a condição das janelas esteja em diferentes graus de degradação.
Inspecção da madeira
Deve-se proceder a uma inspecção da madeira, experimentando-se as áreas vulneráveiscom um furador, ou com um canivete afiado, que se espeta nessa madeira com força moderada.
Se a ferramenta aguçada mergulhar na madeira entre 2 a 3 milímetros, será suficiente uma manutenção corrente.
Se entrar entre 3 a 6 milímetros, pode-se obter uma durabilidade acrescida da madeira com uma reparação ligeira. Para se compensar a falta de óleo e de betume na madeira, deve-se aplicar uma demão de óleo de linhaça.
Se a ferramenta penetrar mais que 6 mm, diagnostica-se uma podridão húmida na madeira.
Esta irá exigir uma reparação de marcenaria, na qual a madeira apodrecida é removida por forma a receber uma prótese, e em que partes da estrutura da janela podem ter que ser substituídas. É necessária uma reparação completa da janela.
Só quando a podridão húmida for superior a 50% da estrutura de madeira e do seu peitoril é que será necessária uma renovação total.
Outros tipos de inspecção
A camada de pintura é, frequentemente, a primeira coisa que irá atrair a atenção do olhar,seguindo-se a avaliação das ferragens, as massas, os vidros, as juntas e, eventualmente, o aro. Se a janela tiver sido anteriormente pintada com uma tinta contendo um pouco do pigmento chamado litopone, deve-se decapar toda essa pintura antiga. Isto pode ser estabelecido pela análise química da camada de pintura.
Reparação
É importante que se repare a janela, quer por dentro, quer por fora, ao mesmo tempo e com igual cuidado. Com a humidade se movimenta alternadamente pelas paredes exteriores de um edifício, incluindo pelas suas janelas, a partir do interior para o exterior e vice versa, uma falta de manutenção de um dos lados pode conduzir a uma acumulação de humidade na madeira e, eventualmente, a tinta irá ceder.
Manutenção corrente
Todas as janelas em madeira exigem uma manutenção corrente com uma periodicidade entre 4 a 5 anos. Normalmente, a reparação das janelas deve ser feita in-situ sem que aquelas sejam removidas dos seus aros.
Normalmente as janelas não são totalmente decapadas e pintadas de novo. Depois da remoção de alguma pintura solta, a superfície das áreas defeituosas deve ser pintada com tinta de óleo de linhaça. Todas as superfícies acessíveis da janela devem ser, eventualmente, tratadas com uma camada fina de óleo de linhaça.
Uma manutenção regular de uma janela corrente com 2 folhas leva cerca de 1 a 2 horas de trabalho, em média, incluindo exclusivamente o seu transporte, quebras, montagem e limpeza.
A condição da janela:
Folgas
As folgas não estão suficientemente apertadas e deixam passar uma corrente de ar excessiva. O aro tem uma pendente inadequada. As manobras de abertura e de fecho estão muito dificultadas e a janela não se ajusta correctamente.
Pintura
A pintura está em boas condições. Algumas áreas estão soltas, estaladas ou a descascar. Não existem vestígios de áreas apodrecidas ou moles. Um instrumento aguçado penetra entre 2 a 3 mm na madeira, se for pressionado com força moderada. Podem existir empenos e contracções.
Ferragens As ferragens estão firmemente montadas na madeira, mas podem existir algumas manchas de ferrugem.
Massa Nalgumas áreas, a massa está solta ou fissurada. Juntas As juntas entre o aro e a alvenaria podem estar fechadas e intactas.
Necessidades de reparação desta janela:
Folgas A janela deve ficar ajustada e a humidade tem que ser directamente encaminhada para o exterior, pelo aro. Deve-se poder abrir e fechar facilmente.
Pintura: O tratamento da superfície deve cobrir bem – não apresentar nenhuma fissura – quer no interior, quer no exterior.
Ligações Todas as ligações entre as diferentes partes da janela, madeira – madeira, madeira –metal, massa – vidro, madeira – alvenaria, devem ficar fechadas.
Madeira A madeira deve estar seca, dura e numa condição saudável.
Juntas As juntas entre o aro e a alvenaria devem ficar seladas e intactas.
Reparação: Folgas Ajustar as folgas e, se necessário, montar vedantes. Olear as dobradiças.
Pintura: Remover a tinta solta, até à madeira. Todas as operações de decapagem e de lixagem devem ser executadas por “procedimentos” a seco por causa dos fumos tóxicos. Quando se trabalha na janela deve –se aplicar óleo de linhaça em todos os tempos de trabalho. Todos os detritos devem ser aspirados. As áreas decapadas devem ser pintadas com tinta de óleo de linhaça.
Ferragens: Os pontos de ferrugem são lixados até ao ferro. Deve ser aplicado um protector anti-corrosão e depois pintar o ferro.
Ligações
As ligações entre madeira – madeira, massa – vidro, madeira – ferragens são seladas com massa de óleo de linhaça e tinta de óleo de linhaça. As lacunas maiores na madeira são preenchidas com massa de betume.
Juntas As juntas abertas são “alegradas” e preenchidas com argamassa de cal.
Pequenas reparações
Para além das linhas de orientação mencionadas no capítulo “Manutenção corrente”, os seguintes vestígios de degradação significam que as janelas necessitam apenas de uma pequena reparação.
A condição da janela
Folgas: As tolerâncias dos aros não são idênticas. As janelas de batente estão difíceis de abrir.
Pintura: A pintura está estalada e descasca, ou está solta, em grandes áreas.
Madeira
A madeira está húmida. Existem diversas áreas amolecidas e escuras onde um instrumentos aguçado penetra entre 3 a 6 mm. No entanto, não se diagnostica nenhum ataque severo de podridão ou de fungos. Consequentemente, não é necessária nenhuma reparação de marcenaria.
Ferragem: Existem muitos pontos de ferrugem na ferragem que, aqui e acolá, está solta da madeira.
Massa: A massa está estalada e solta em diversas áreas.
Vidros Alguns vidros podem estar estalados ou partidos.
Necessidades de reparação desta janela
Folgas: As folgas estão certas quando tiverem dimensões idênticas (2 a 3 mm dos lados e em cima, 5 a 6 milímetros na base do caixilho).
Pintura: A janela não necessita de ser totalmente decapada e conserva ainda parte da camada original da sua pintura. A nova pintura deve cobrir e ser total.
Madeira: As áreas defeituosas devem ser impregnadas, endurecidas e, se necessário, preenchidas.
Ferragem: A ferragem exterior é retirada e toda a ferrugem removida. É aplicado um tratamento anti-corrosão e a ferragem é montada de novo.
Vidros: Todos os vidros fracturados são substituídos com vidros novos.
Reparação: Quando se executam pequenas reparações, deve-se tomar o cuidado de se numerarem as janelas antes de elas serem levadas para a oficina. Pode-se montar uma “janela” de plástico provisória. O aro é reparado in-situ. Segue-se a decapagem completa da janela, e a humidade da madeira é reduzida até aos 15 % antes que os trabalhos de reparação prossigam.
Folgas: As folgas do aros são ajustadas; entre outras, a pendente exterior na parte inferior do aro.
Pintura: A seguir à remoção da tinta por “via húmida”, todas as superfícies acessíveis devem ser lixadas com lixa, para se evitarem os vapores tóxicos, aplicando-se um primário de óleo de linhaça nas superfícies expostas e aplicando-se, no mínimo, uma demão de sub-capa e outra de tinta de acabamento à base de óleo de linhaça.
Madeira: As áreas moles da madeira são impregnadas com óleo de linhaça em bruto e betume, e barradas com massa de betume.
Ferragens: As ferragens enferrujadas são retiradas, decapadas, protegidas contra a corrosão e montadas de novo.
Vidros: Os vidros partidos e a massa são desmontados, faz-se uma impregnação na madeira e aplicam-se novos vidros.