Eriksen e Nielsen (2007) diz que o difusionismo tornou-se popular, nos inais do século XIX, quando o evolucionismo era ainda uma teoria influente, e constituiu um domínio das teorias evolucionistas.
Existiram duas escolas principais: uma na Alemanha-Áustria e outra na Grã-Bretanha.
A sua ideia central era a de que as civilizações mais “avançadas”, das quais a Europa representava o expoente máximo, tinham a sua origem no velho Egipto, considerado uma civilização avançada devido ao facto de nela se ter desenvolvido a prática da agricultura muito cedo e de esta ter levado ao desenvolvimento de formas de religião, arquitectura e arte muito “avançadas”.
Para os difusionistas britânicos, a evolução independente e paralela parecia de menor importância, senão mesmo uma concepção errada.
Para eles, a difusão a partir do Egipto explicava o desenvolvimento de todas as outras civilizações.
De acordo com Eriksen e Nielsen (2007) a espécie humana não era particularmente inventiva, pelo que não fazia sentido que soluções extremamente engenhosas e requerendo grandes capacidades tivessem sido inventadas várias vezes em sítios diferentes.
A humanidade era sobretudo imitadora e não inventora.
Nenhuma destas “teorias” difusionistas apresentava o suporte histórico e arqueológico necessário para ser minimamente credível à luz de padrões científicos actuais.
Segundo os difusionistas a semelhança de características culturais numa determinada área era explicada pela difusão a partir de um centro.
Quanto mais nos afastássemos desse centro menor seria a relação entre os elementos culturais originais existentes nesse centro e os elementos encontrados na sua periferia.
Para Leplatine (2003) o conceito de área cultural teve a sua origem nas exigências práticas da pesquisa etnográfica norte-americana, tendo sido usado como artifício heurístico no mapeamento e classificação dos grupos tribais das Américas do Norte e do Sul.
O difusionismo contribuiu para que as colecções dos museus passassem a ser organizadas com base em categorias geográficas em vez de dispostas segundo um modelo evolucionista.
Para Gonçalves (2002) o princípio da difusão não está errado em si mesmo.
De facto, as sociedades trocam entre si elementos das suas culturas.
Mas o que o difusionismo não explica é porque é que uns elementos se difundem enquanto outros não. Por exemplo, porque é que a “cultura” da Coca-Cola se difunde tão facilmente, tornando-se praticamente universal, enquanto a monogamia não? E a mesma questão se pode colocar em relação a muitas outras coisas.