O Tempo em História
Conceito de tempo
Segundo Piaget o “tempo não é mais do que uma relacionamento dos enventos que o preenchem”. Para Freenchem caracteriza o tempo como “ sendo uma cadeia de mudanças constituídas simultaneamente por momentos sucessivas e por intervalos entre estes”. O tempo como conduta cognitiva, implica a integração temporal significativa e a representação, conciliando o tempo objectivo com o tempo vivido.
Tempo histórico – O tempo histórico tem como agentes os grupos humanos, os quais provocam as mudanças sociais, ao mesmo tempo em que são modificados por elas. O tempo histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a realidade em estudo. Isto é o tempo histórico: traçamos um limite de tempo para estudar os seus acontecimentos característicos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres humanos viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as outras pessoas, de um jeito específico.
O tempo histórico – compreende uma série de níveis e noções que contribuem para a sua formação. São eles a estrutura e a conjuntura. A estrutura situa-se no tempo longo e aplica-se em âmbitos como cultura, geografia, sociedade, economia, politica, ecologia e psicologia entre outros, a conjuntura e o evento localiza se no tempo curto e corresponde a uma ocorrência singular, excepcional e passageira que parece independente de outras ocorrências.
Segundo Fernand Braudel historiador francês, no estudo da História, considera três tipos de tempo, como o tempo curto duração (acontecimentos) de breve duração como as ocorrências casuais, a história de eventos, da vida quotidiana e individual, o do tempo de média duração as pequenas variações cíclicas, de rápida cadência e localização intermédia entre o tempo curto e o longo, que abrange as correntes e retrocessos no âmbito material e os ciclos económicos (entre outros) na história conjuntural – e do tempo longo ou longa duração que abarca a história estrutural, que contém componentes caracterizadas pela sua estabilidade e longevidade e que por estas mesmas razões não são de percepção directa e imediata, ou seja, podem passar desapercebidos na fase de percepção, necessitando da ajuda de fontes de cariz diverso.
A noção de tempo e o nível de desenvolvimento etário da criança
A criança não tem o mesmo sentido do tempo e espaço como os adultos. Esta vai tomando estas noções gradualmente. Assim foram estabelecida as seguintes etapas:
1ª etapa: cerca dos 05/06 anos- as criança é capaz de organizar os acontecimentos em “antes e depois”, a sua compreensão do tempo neste estádio, é ainda muito elementar, e mesmo noções tão simples como “ontem e amanhã” podem levantar dificuldades. Esta é uma das razões porque o ensino de Ciências não começa nesta fase.
2ª etapa: Cerca dos 8 (oito) anos a criança adquire a noção do passado.
3ª etapa: Por volta dos 11 (onze)- é capaz de ter a compreensão correcta do nosso sistema de contagem do tempo. E consegue compreender as implicações das datas e dos espaços.
4ª etapa: Aos 12 (dozes)/ 13 treze anos, o aluno percebe a dinâmica de algumas linhas de evolução cronológica.
5ª etapa: Aos 14 (catorze) anos, o aluno começa a passar do conceito fluido do tempo em movimento para o tempo mais estático. Concebe o tempo em acção, pode realizar a inevitável relação existente entre o tempo e o espaço.
6ª etapa: Aos 16 (dezasseis) anos adquire a maturidade na compreensão do conceito de tempo em História.
Recursos para apoiar a abstracção da noção do tempo
O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento que é considerado o mais importante. O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um determinado acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. Algumas medidas de tempo muito utilizadas são:
- Milénio: período de 1.000 anos;
- Século: período de 100 anos;
- Década: período de 10 anos;
- Quinquénio: período de 5 anos;
- Triénio: período de 3 anos;
- Biénio: período de 2 anos (por isso, falamos em bienal).