Apontamentos Pormenores de Lojas

Pormenores de Lojas

As frontarias das lojas variam desde horrendos exemplos de comercialismo até requintados exemplos de design contemporâneo. Jonathan Tatlor sublinha o seu desenvolvimento histórico e a importância de uma boa pormenorização.

As origens das tradicionais frontarias de lojas remontam às bancas de feira da Idade Média.

Antes da revolução industrial e do vasto desenvolvimento urbano que a acompanhou, o comércio a retalho era dominado pela feira.

As primeiras lojas eram geralmente simples variações das bancas das feiras, e estavam apenas parcialmente encerradas pelo edifício.

Era vulgar a existência de um toldo sobre uma bancada saliente. Numa outra variação, o vão estava protegida por dois taipais (stalls) horizontais; o superior dobrava-se em dois, como se fosse um toldo ou “pet roof”, e o inferior dobrava-se para baixo, para formar uma bancada.

Hoje em dia a expressão “stall-riser” ainda é usada para descrever a parte da frontaria da loja que fica por debaixo da montra.

Em meados do século XVIII, a loja conforme a conhecemos actualmente já tinha emergido. A montra de vidro, que provavelmente apareceu nos finais do século XVII, já era comum.

Pequenas janelas envidraçadas, frequentemente projectadas para fora, sob uma canópia, apareceram nas mais prestigiosas zonas comerciais de Londres e nas principais cidades de feira.

As tabuletas penduradas foram também introduzidas nesta fase inicial, aumentando de dimensões conforme cada qual competia pela visibilidade, até que foram banidas da cidade de Londres em 1764.

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Por volta de 1784, os lojistas já eram suficientemente numerosos para serem alvos de tributação, já que William Pitt lutava para angariar fundos durante o período de conflito contínuo com França.

Dentro do espírito do classicismo que então prevalecia, emergiu uma linguagem ornamental que era exclusiva das frontarias de lojas. Foram introduzidos pormenores clássicos para realçarem a aparência das grandes frontarias de lojas, abertas em vulgares casas sequenciais.

A viga, ou “bressummer”, que suportava a fachada de cima estava disfarçada por uma “entabladura”, e foram introduzidas colunas clássicas, embasamentos ou suportes em consola, configurando volutas, para proporcionarem um suporte visual.

A entabladura era uma oportunidade ideal para exibir o nome da loja, e o friso ou faixa era alargado em conformidade.

As frontarias das primeiras lojas Georgianas são relativamente raras, mas podem ser encontrados alguns exemplos isolados em muitas cidades por todo o Reino Unido.

São caracterizadas pelas suas janelas geminadas salientes de ambos os lados de uma porta central semi envidraçada, que foi popular desde meados da década de 1740 até ao final do período da Regência.

No entanto, o período Georgiano foi igualmente responsável por uma larga variedade de outros desenhos, cobrindo totalmente o espectro do gosto popular, desde o frio classicismo de Revivalismo Grego, até ao padrão de arco apontado envidraçado “Gótico”.

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As frontarias, que eram projectadas para publicitarem as características mais actualizadas dos artigos à venda, eram frequentemente encomendadas para seguirem o design mais recente, e as suas formas reflectiam as modas do período.

Consequentemente, muitos desenhos interessantes foram destruídos por cada alteração de proprietário.