A morfologia é uma disciplina que descreve e analisa a estrutura interna das palavras e os processos morfológicos da variação e de formação das palavras. Para ilustrar a variação morfológica apresentaremos dois exemplos: um do Português Brasileiro (PB) e outro do PM.
No PB falado o pronome pessoal “tu” e “você” podem ser substituídos por “ocê” ou “cê”. No PM há casos de falta de concordância.
Exemplo: Rituais religiosφ só conheço um. [PM] vs Rituais religiosos só conheço um. [PE]
A diferença que se observa nestas duas frases é a falta de concordância no PM se compararmos com o PE.
O importante a reter é que esta variação está inerente à norma-padrão. Sabe-se que a fala pode variar segundo a idade, o grau de escolaridade, as redes sociais, local de residência, etc.
Este fenómeno não só acontece em Moçambique, pois estudos de Scherre e Naro (1998, p.1) mostram que “diferentemente do português de Portugal, o português vernacular do Brasil apresenta variação sistemática nos processos de concordância de número, exibindo variantes explícitas e variantes zero (0) de plural em elementos verbais e nominais.”
Vejamos outros exemplos das preposições no PM apresentados por Gonçalves (2001, p.983).
As preposições destacadas são usadas de forma diferente no PM se compararmos com PE que entendida como a Norma-Padrão:
(a) Chegou cedo na escola (PE=à)
(b) O pai volta em casa às sete (PE=para)
(c) Visitei no museu de História Natural (PE= o museu)