Em vez de se classificarem os revestimentos como sendo respirantes ou impermeáveis, é preferível compreenderem-se os mecanismos pelos quais certos sistemas de revestimento atingem as suas características visuais e de desempenho pretendidas. Em palavras simples, um revestimento ou se cola à superfície em que é aplicado, ou embebe-se nela num processo que pode ser físico ou químico – ou atinge o seu desempenho por meio de uma combinação de ambos estes métodos.
Quando um revestimento se cola ao material subjacente, ele é geralmente um polímero orgânico de origem e forma uma pele, ou filme, que tem uma permeabilidade mais baixa do que a do material subjacente em que foi aplicado. Quanto maior for a porosidade do material subjacente (materiais fracos e friáveis), maior será a diferença entre permeabilidades. A respirabilidade das tintas de polímeros pode ser melhorada através do emprego de cargas inorgânicas resultando num sistema mais aberto ou poroso – o conceito de muitos sistemas de pintura modernos microporosos.
Assim como os aspectos de respirabilidade de um revestimento é importantes que se compreenda como ele se comporta relativamente aos movimentos do material subjacente, provocados pelas alterações climatéricas de temperatura. As resinas artificiais contidas nos revestimentos formadores de película têm coeficientes de expansão térmica na ordem das 10 a 20 vezes mais elevados do que o material mineral subjacente em que são aplicadas. Estes movimentos térmicos diferenciais provocam tensões na película do revestimento que podem conduzir à fissuração e à consequente ineficiência desse revestimento.
Os sistemas com base orgânica também podem falhar em consequência da acção das radiações solares que provocam a degradação do revestimento pelos raios UV. Inicialmente estes provocam uma perda da cor nos sistemas organicamente pigmentados, o empalidecimento da cor e seguidamente uma eventual fragilização da película provocando a sua fissuração e rotura.
Entre as alternativas à venda, as emulsões aquosas meta-acrílicas proporcionam, talvez, o melhor desempenho, já que elas permitem algum movimento de vapor através da sua estrutura polimérica, sem necessidade de aditivos inorgânicos, e são as menos susceptíveis de sofrerem degradação pelos UV ou de se tornarem quebradiças, dentro de um ciclo típico de 10 anos de repetição da pintura.