Estes procedimentos, que são as técnicas de projecção actualmente mais usadas, consistem em se utilizarem simultaneamente o ar comprimido, os granulados e a água.
Adição de Água
De maneira geral, o caudal de água é regulado previamente na quantidade mínima permitindo revestir os granulados e as sujidades levantadas e reduzir as poeiras desenvolvidas durante o trabalho.
A quantidade de água a empregar é tanto mais importante quanto mais finos forem os granulados.
Em função desta técnica, são necessários consumos de água de 5 a 250 litros/hora, com valores correntes de 30 a 60 litros/hora.
Após a limpeza, a superfície é enxaguada a baixa pressão com o fim de se evacuarem os eventuais depósitos de granulados e de sujidades removidas.
Em relação à projecção a seco e com parâmetros semelhantes, a adição de água deveria atenuar um pouco a força de impacto dos granulados projectados, com, em paralelo, uma ligeira redução do rendimento.
Lembremos todavia que a intensidade da abrasão tal como o rendimento dependem principalmente da granulometria das areias e da pressão do ar usados; estes devem ser definidos em função da natureza e do estado dos materiais e limpar.
Em certos casos, pode ser útil pulverizar a água de maneira a embeber as deposições antes do emprego dos materiais abrasivos.
Equipamentos
As técnicas de projecção hidropneumática existem sob diferentes denominações comerciais, frequentemente directamente ligadas à utilização de uma máquina específica.
Em função desta última, o ar comprimido, os granulados e a água são misturados em mecanismos diferentes ou de maneiras específicas.
O equipamento mais corrente é constituído por duas mangueiras distintas e por dois bicos de projecção paralelos, um para a água e o outro para os granulados transportados pelo ar comprimido (técnica correntemente denominada como desgaste hidropneumático).
Existem igualmente equipamentos com duas mangueiras e um bico de projecção comum, onde a água é adicionada à mistura granulados – ar comprimido quer antes quer no próprio bico de projecção.
Neste último caso, é possível criar-se um movimento em turbilhão no interior do bico de projecção pela judiciosa disposição das chagadas da água e da mistura granulados – ar comprimido, por forma a se obter um variado ângulo de ataque ao material de suporte.
Outros procedimentos só usam uma mangueira para conduzir ao bico de projecção, por meio do ar comprimido, uma mistura de água e de granulados.É igualmente possível utilizar-se três diferentes mangueiras para o ar comprimido, para os granulados e para a água.
O equipamento usado pode ter uma influência sensível nos parâmetros da limpeza.
Aspectos Positivos
Como se trata de uma limpeza por acção abrasiva, este procedimento permite em princípio eliminarem-se todas as formas de deposição.
Um trabalho cuidadoso tendo em conta os parâmetros já referidos permite obter-se um bom estado de limpeza sem danos consideráveis nos materiais e conservar-se a patine.
A produção de poeiras é fraca ou nula; granulados e sujidades ficam ligados à água.
Aspectos Negativos
De forma geral, as técnicas de projecção não são adequadas às superfícies lisas ou polidas.
Em materiais heterogéneos ou em fachadas compostas por diferentes materiais, existe uma possibilidade de erosão excessiva das partes brandas.
Uma escolha incorrecta dos granulados e das pressões de trabalho pode danificar o suporte.
Durante a execução, os materiais da fachada humidificam-se e mudam de tonalidade, o que torna por vezes difícil a distinção entre zonas já limpas mas escuras e partes onde as sujidades ainda não foram eliminadas.
Granulados, sujidades e água formam um lodo, que é necessário remover.
Conclusões
Para a maioria das técnicas de projecção hidropneumática, a escolha judiciosa dos granulados e dos parâmetros de execução permite eliminarem-se radicalmente as sujidades sem alterações sensíveis dos materiais de fachada correntes.
O resultado final depende em grande parte de uma selecção óptima dos parâmetros, da competência do operário e do cuidado empregue na execução.