Os estuques eram utilizados em todo o tipo de edificações, desde os comuns prédios de rendimento dos centros urbanos aos mais ricos palacetes, igrejas ou conventos.
As paredes, em geral de alvenaria, eram formadas por pedras e tijolo cerâmico, sendo muitas vezes utilizado material de enchimento diverso, como sejam pequenas pedras, cacos de tijolo, argila ou terra vegetal no interior, a fazer a ligação entre panos de blocos razoavelmente aparelhados. Esta camada interior é em geral fonte de movimentos de sais, caso esteja em contacto com qualquer tipo de humidade: do solo, pluvial ou qualquer outra causa. Com a construção Pombalina, torna-se obrigatório o recurso à estrutura de madeira no interior da alvenaria. Os frontais eram as principais paredes divisórias interiores, integradas na gaiola Pombalina, e eram constituídos por uma estrutura de madeira formando rectângulos e cruzes de Santo André preenchidos por alvenaria. Os tabiques constituíam as paredes de compartimentação secundárias, assentavam nos pavimentos ou nas paredes e conferiam um acréscimo de ductilidade ao edifício. Eram em geral formados por tábuas ao alto e fasquias horizontais.
Precedendo a aplicação do estuque, era executada uma camada de regularização constituída por um reboco tradicional de cal e areia. Este revestimento tinha por finalidade estabilizar e homogeneizar os paramentos das paredes, respectivamente do ponto de vista geométrico e de absorção de água. Os tabiques, e por vezes os frontais, eram fasquiados, facilitando a aderência do revestimento ao seu suporte.
Nos tectos, o revestimento estucado era em geral executado sob arcos de alvenaria, como por exemplo sob os vãos exteriores, ou sob vigamento de madeira com fasquias. Nesta situação, que era a mais comum, o tecto ficava sob o vigamento do pavimento do piso superior ou era colocado no chamado vigamento de esteira, desligado do piso superior. Na solução solidária com o piso superior, o fasquiado era pregado directamente sob o vigamento, seguindo-se a aplicação do revestimento estucado. A estrutura, desligada do piso superior formando uma caixa-de-ar, surgia nos edifícios de construção mais cuidada. As fasquias, pregadas na direcção perpendicular ao vigamento, tinham secção rectangular ou trapezoidal, facilitando mais estas últimas a aderência da argamassa ao suporte.