Apontamentos Restauro de monumentos

Restauro de monumentos

As principais causas de degradação de um material pétreo são consequentes dos seguintes agentes:

  • Agentes geológicos
  • Agentes climáticos e meteorológicos
  • Agentes biológicos
  • Agentes humanos

Os agentes geológicos consistem essencialmente naquela série de causas relacionadas com os movimentos e com as cedências da base natural de apoio do objecto em pedra, que determinam o aparecimento de um estado de tensão diferente do preexistente.

Este novo estado de tensão pode, em alguns pontos superar as características de resistência do aterial, gerando destacamentos e roturas.

Os principais agentes directos e indirectos de degradação, pertencentes à categoria dos agentes climáticas e meteorológicos, são constituídos essencialmente por:

  • Água
  • Incidência solar
  • Poluição atmosférica
  • Vento

As diferentes hipóteses que foram apresentadas para se tentar explicar as diferentes causas da degradação, relativas a estes agentes, podem ser classificadas num dos seguintes processos:

  • Ataque químico em consequência de deslavamento
  • Ataque químico em consequência da condensação
  • Ataque físico por dissolução e evaporação
  • Transferência de sais solúveis para a superfície, através de mecanismos de dissolução e evaporação
  • Dilatações consequentes de processos de humidificação e evaporação
  • Fenómenos de congelamento

O ataque químico em consequência de deslavamento acontece quando a chuva, sobretudo nos centros urbanos e industrializados, é fortemente ácida (pH de 4 a 6) por causa dos agentes poluentes presentes na atmosfera.

Tais agentes são constituídos essencialmente por anidrido sulfuroso, anidrido carbónico e óxido de azoto gasosos (NOx), enquanto que também estão presentes, geralmente, vestígios de ácidos nítrico, clorídrico, sulfídrico e sulfúrico, mas cuja acção é menos importante.

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Desta forma, desenvolve-se uma reacção química entre as substâncias que estão presentes como constituintes da atmosfera e o material, sobretudo quando este é constituído principalmente por carbonato de cálcio, mas este decaimento pode surgir mesmo nos materiais não calcários, através da absorção de produtos da decomposição do material calcário circunstante.

Na sequência da condensação e da sua seguinte evaporação, realiza-se um processo de transporte dos sais solúveis para a superfície, com a consequente esfoliação da crosta e o aparecimento de eflorescências.

Para além disso, os fenómenos de condensação constituem um mecanismo de transporte extremamente eficiente para os poluentes atmosféricos de todos os tipos.

Deve-se ainda considerar que, enquanto a chuva remove imediatamente do material original os produtos resultantes do ataque, a água de condensação, não sendo normalmente suficiente para escorrer pela superfície, evapora, deixando para trás de si produtos de reacção que podem dar lugar a posteriores processos destrutivos.

Por fim, no que respeita ao ataque químico da pedra pelos agentes da poluentes presentes na atmosfera, relativamente ao SO2, tem que se considerar um posterior mecanismo de transporte que consiste na absorção directa do SO2 por parte dos materiais em questão.

O anidrido sulfuroso absorvido, através de um processo de oxidação favorecido por condições de humidade relativa elevada, transforma-se em ácido sulfúrico e, seguidamente, ataca a pedra formando sulfato de cálcio.

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Os organismos vivos contribuem para o decaimento das pedras, se bem que a sua acção seja ligeiramente menos agressiva, relativamente aos outros já observados. Estes podem-se dividir em:

  • Plantas
  • Bactérias
  • Animais aquáticos
  • Animais domésticos

Os líquenes, organismos simbióticos entre algas e fungos, podem-se distinguir em calcífagos e silicófagos, conforme o seu tipo de rocha preferido, e em endolíticos e exolíticos, conforme os seus talos estejam completamente ocultos dentro da pedra, mesmo que os seus órgãos frutíferos se formem sobre a pedra e floresçam com um certo grau de maturação, ou conforme apenas penetrem as suas raízes na pedra.

Eles exercem um ataque químico sobre a pedra, consequente das suas secreções, e provocam um uma degradação mecânica, consequente da penetração das suas raízes e da variação do volume destas, conforme o seu teor em humidade.

Para além deles, diversos tipos de plantas podem infestar um material pétreo, dando lugar a fenómenos de degradação análogos aos apresentados pelos líquenes.

No que respeita às bactérias, pode-se sobre elas dizer que o estado do conhecimento actual está ainda na fase das hipóteses.

Estando a presença dos nitratos, dos sulfatos e dos sais complexos de ferro ligada a todas as situações de degradação, supõe-se que as bactérias do ciclo do azoto, do enxofre e do ferro podem participar nesse processo.

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