A resposta que um edifício dá ao movimento do terreno depende da continuidade, da ductilidade e da rigidez da sua estrutura.
Uma boa continuidade estrutural (ou “ligação tensa”) pode ser proporcionada pela madeira, pelo aço e por vigas de betão armado que permitam aos edifícios flectirem, sem se separarem pelas juntas.
No entanto, a falta de continuidade estrutural ou “solidariedade” da maioria das edificações de alvenaria sem estrutura, anteriores a 1970, permitem que se abram juntas e fendas, e que a instabilidade ocorra mais prontamente.
Depois de 1970, os Regulamentos da Construção e as normas British Standard foram aperfeiçoados para proporcionarem continuidade, no rescaldo do colapso progressivo ocorrido em Ronan Point em 1968.
Os materiais de construção dúcteis, tais como o aço e o betão, adequadamente pormenorizados podem acomodar grandes deformações sem rotura.
Em contraste, um material frágil, tal como a alvenaria não armada assente com argamassa de cimento, só se pode deformar dentro do seu limite elástico.
As construções históricas não estruturadas podem acomodar grandes distorções sem fedilharem, graças à “fluência” das argamassas de cal, se o movimento não for demasiadamente rápido. (Fluência é a deformação contínua de um dado material sob esforço constante). As argamassas de cimento moderno não fluem.
Se a estrutura for suficientemente rígida, pode conseguir ultrapassar o movimento do terreno, movendo-se ou inclinando-se como um todo, e os vigamentos pesadamente travados bem como as estruturas que tenham paredes transversais compactas, apenas com pequenas aberturas, podem ter rigidez suficiente para dispersarem movimentos localizados do terreno.
Se o movimento do terreno for previsto, digamos causado pela abertura de um túnel, os danos estruturais podem ser mitigados pela instalação de tirantes temporários e pelo escoramento dos vãos das portas e das janelas.