Populações
A população de um ecossistema pode crescer infinitamente em teoria, mas existe uma curva real de crescimento de uma população que é determinada pelo aumento dos indivíduos, modificada pela chamada resistência do ambiente. Esta resistência é composta por todos os factores abióticos que podem influenciar no crescimento da população. Este equilíbrio tem flutuações. Este número de indivíduos relativamente constante será o número de indivíduos máximo ou capacidade limite deste ambiente em relação a essa população.
Variações da população dentro do ecossistema
O número de indivíduos de um ecossistema pode variar modificando o tamanho das populações que o compõe. Os principais factores que promovem modificações em uma população são:
- Emigração
- Imigração
- Natalidade
- Mortalidade
Esses factores podem modificar a chamada densidade populacional que pode ser descrita pela fórmula:
D = n. de indivíduos/área
Comunidades
População é um grupo de organismos da mesma espécie ocupantes de uma determinada área em um determinado tempo. Uma comunidade consiste no conjunto de todas as populações de uma certa área.
A posição, ou função, de uma população dentro de uma comunidade é chamada seu nicho ecológico. A hipótese da exclusão competitiva prevê que somente uma espécie possa ocupar o mesmo nicho ecológico em um dado momento e que, quando duas espécies competem pelo mesmo nicho, uma é eliminada.
O tamanho de qualquer população é determinado pelas taxas de natalidade e de mortalidade. A taxa de natalidade teórica de uma população – seu potencial reprodutivo – é exponencial (isto é, 2, 4, 8, 16, 32); quanto maior for o número de indivíduos de uma população, tanto mais rapidamente ela crescerá. A taxa de crescimento de uma população que se expande pode geralmente ser tabulada por uma curva sigmóide, que começa lentamente, aumenta de modo exponencial durante um certo tempo, e depois se nivela, à medida que a população atinge os limites de algum recurso disponível, como alimento, espaço, ou, no caso de organismos aquáticos, oxigénio. Na maioria das comunidades, a taxa de mortalidade de uma espécie é aproximadamente igual à taxa de natalidade, e a população permanece relativamente estável de uma geração para a seguinte.
Factores bióticos e abióticos desempenham um papel na regulação natural da abundância dos organismos. Esses factores podem ser independentes de densidade (temperatura ou duração do dia) ou dependentes de densidade (fonte de alimento ou predação).
Os tipos e a abundância dos organismos em uma comunidade dependem não somente dos factores abióticos, como os descritos no capítulo anterior, mas também de factores bióticos, das interacções entre as várias populações.
Entre os tipos de interacção está a competição, que pode resultar na eliminação de uma espécie (caso das angiospermas do género Lemna) ou sua conformidade a um quadro não competitivo (cracas e icterídeos). As plantas- competem ás vezes uma com a outra produzindo substâncias tóxicas que limitam o crescimento de espécies próximas; esse fenómeno é chamado alelopatia.
A simbiose é a associação estreita entre organismos de espécie> diferentes. A associação pode ser benéfica a ambos os organismos (mutualismo), benéfica a um e inócua ao outro (comensalismo), ou benéfica a um e prejudicial ao outro (parasitismo). Em alguns casos de simbiose, como no dos líquens e das formigas cultivadoras de fungos, as formas associadas não podem viver separadas.
A maioria das doenças nos organismos é causada por parasitas. A maior parte dos parasitas não mata o hospedeiro e quase nunca extermina populações inteiras. Os parasitas tendem a adaptar-se tão completamente aos seus hospedeiros que passam a depender completamente desses.
Os níveis tróficos de um ecossistema estão ligados por associações predador-presa. Essas associações exercem papel regulador no tamanho das populações e profundos efeitos evolutivos nas diversas espécies implicadas.
As plantas e os animais desenvolveram uma variedade de processos de defesa contra a predação. Esses tipos de defesa incluem a “armadura” e outras formas de protecção física, como as observada; nos cactos, tatus, tartarugas e numerosos organismos, e armas químicas, tais como venenos de plantas e secreções aversivas de insetos. Muitos organismos se camuflam.
Alguns insectos vieram a assemelhar-se a organismos de outra espécie, seja para exibir um dispositivo protector eficaz que tenham em comum com essa outra espécie (mimetismo mülleriano), seja para “dar a impressão” de possuírem esse dispositivo embora na verdade não o possuam (mimetismo batesiano).
Todas essas associações contribuem para determinar o carácter da comunidade e dos organismos que nela vivem.