Antes da introdução do Cimento Portland, a cal em pasta era o principal ligante para argamassas, rebocos e estuques. Era, portanto, lógico que o mesmo material fosse usado como acabamento sobre estuques e rebocos de cal. O seu uso interior sobre o estuque é principalmente decorativo, mas sobre os rebocos exteriores as suas qualidades protectoras são essenciais.
A cal em pasta é produzida pela calcinação de pedra calcária ou de “chalk” (duas formas de carbonato de cálcio) para se obter cal viva (óxido de cálcio), a qual é depois ‘extinta’ pela adição de água.
Tradicionalmente, a tinta de cal era produzida principalmente a partir de cal derivada das mais puras fontes de pedra calcária, já que calcários contaminados com argila podiam produzir uma cal ‘hidráulica’ quando calcinados, a qual faz presa por reacção com a água.
Era frequentemente adicionado sebo à tinta de cal para a tornar mais resistente ao escorriemnto da água embora conservando a sua principal qualidade de permeabilidade ao vapor. Sendo um tipo de gordura animal, o sebo era principalmente usado, juntamente com a cera de abelhas, para a produção de velas, e portanto era muito fácil de ser comprado. (‘The butcher, the baker, and the candlestick maker’: como a canção para bebés sugere, até a mais pequena aldeia tinha um fabricante de velas, ou seja, um fornecedor de sebo). Mais recentemente, era adicionado óleo de linhaça para o mesmo efeito. Outras alternativas usadas actualmente incluem a caseína que aumenta a permeabilidade ao vapor, resiste à pulverização e sendo um forma fraca de cola, pode ser útil quando se pintam superfícies difíceis. Apesar de, historicamente, a água do mar ter sido usada durante o processo de extinção nos condados orientais, e de poder ser adicionado sal comum às tintas de cal para se reduzir a sua pulverização, a prática é raramente empregue actualmente devido à importância de se deixarem os sais afastados da fábrica dos edifícios.
Com as tintas de cal coloridas deve ser tomada atenção à escolha de pigmentos que garantam que não irão ser afectados pelos UV ou pela cal. Está à venda uma grande variedade de pigmentos de terras naturais que devem ser molhados pelo menos 24 horas antes de serem incorporados numa tinta de cal. Consistem essencialmente em terras ou argilas refinadas, com uma forte cor natural, tal como os ocres vermelhos e amarelos. A cor é dada pelo seu conteúdo mineral e, portanto, eles são menos susceptíveis de esbaterem sob a luz solar ou por reacção química com a cal.