Os crescimentos biológicos são capazes de provocarem o desfiguramento e de danificarem a pedra de construção, pelo que, em certos casos, a sua presença pode ser considerada indesejável, especialmente quando a pedra estiver exposta à água da chuva ou a condições de elevada humidade, uma vez que os crescimentos biológicos são mais activos sob essas condições.
Muitos organismos segregam ácidos e outras substâncias em resultado dos seus processos metabólicos, as quais podem afectar os minerais constituintes das rochas e podem ser destrutivos para a pedra (Jones e Wilson, 1985; Krumbein, 1988; Lewis et al., 1985; Ortega-Calvo et al., 1993; Sand e Bock, 1991).
Os crescimentos podem obscurecer e provocar a degradação das inscrições (Wainwright, 1986) e das esculturas, e alguns podem manchar as paredes (Wee and Lee, 1980).
Os crescimentos biológicos podem reter a poeira e os poluentes, provocando a aceleração de sujidade na superfície de um edifício e ajudando ao estabelecimento de plantas maiores que aumentam a retenção da água e que podem provocar o entupimento de caleiras e tubos de queda de águas pluviais (BRE, 1992; Grant, 1982; Grant & Bravery, 1985; Richardson, 1973).
Ao longo do tempo, as alterações de cor na superfície das pedras têm sido atribuídas a causas biológicas, por alguns autores (Knight, 1777 and Liebig, 1853 in Krumbein, 1993), e as preocupações sobre a degradação da pedra através de processos biológicos não são um fenómeno recente.
Krumbein e Dyer (1985) e Krumbein (1993) indicam alguns dos primeiros escritos a respeito da biodegradação, incluindo as referências bíblicas sobre fungos na pedra:
… se, na inspecção, ele descobrir manchas nas paredes consistindo em depressões esverdeadas ou avermelhadas, aparentemente indo mais profundamente do que a superfície, ele deve sair da casa e colocá-la sob quarentena… se a mancha se tiver espalhado pelas paredes, ele deve ordenar que as pedras infectadas sejam retiradas e deitadas fora longe da cidade num lugar sujo (Levítico 13:14).
As preocupações recentes com o possível relacionamento entre os crescimentos biológicos e a degradação da pedra, datam dos primeiros anos do século XX, quando alguns autores sugeriram que a acção dos líquenes, das bactérias e das algas podem contribuir para a presença da degradação da pedra observada.