Apontamentos Origem e o desenvolvimento da cultura

Origem e o desenvolvimento da cultura

Introdução

Ao entrar mais ao fundo sobre a antropologia cultural precisamos de proporcionar metodologicamente o estudo separado das partes constituintes da frase. Vimos o que é antropologia na opinião de alguns autores e agora a intenção é olhar a cultura. Por isso que ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

Objectivos específicos

  • Conhecer a origem da cultura.
  • Descrever as fases do seu desenvolvimento.

Desenvolvimento

De acordo com Maía (2000) falando sobre origem, no século XIX, definiu-se como um empreendimento científico destinado a compreender as origens da humanidade e a natureza cultural e biológica dos povos “primitivos” ou “selvagens”. Mas à medida que o mundo “primitivo” foi desaparecendo, a antropologia virou-se para a própria sociedade onde nasceu: a sociedade industrial e pós-industrial.

Convém dizer que o pensamento antropológico é significativamente mais antigo do que a antropologia como disciplina académica.

Para Gusmão (2008) a origem daquele pode situar-se com alguma precisão entre a publicação da obra de John Locke Na Essay Concerning Human Understanding (1690) e o rebentar da Revolução Francesa (Harris 1968). Isto se ignorarmos toda a actividade reflexiva de natureza antropológica ocorrida antes (e. g. Grécia Antiga, Mundo Árabe, China, etc.) de o “Ocidente” existir como categoria hegemónica.

O conceito de cultura é uma preocupação intensa actualmente em diversas áreas do pensamento humano, no entanto a Antropologia é a área por excelência de debate sobre esta questão (BATALHA, 2004).

De acordo com o mesmo autor, desde sempre os homens se preocuparam em entender por que outros homens possuíam hábitos alimentares, formas de se vestir, de formarem famílias, de acessarem o sagrado de maneiras diferentes das suas. A essa multiplicidade de formas de vida dá-se o nome de diversidade cultural.

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Contudo, segundo Jordão (2004) concordando com Gusmão (2008) e Assis (2008) foi a partir da descoberta do Novo Mundo, nos séculos XV e XVI, que os europeus se depararamcom modos de vida completamente distintos dos seus, e passaram a elaborar mais intensamente interpretações sobre esses povos e seus costumes. É fundamental lembrarmos que o impacto e a estranheza se deram dos dois lados.

Os grupos não europeus se espantavam com o ser diferente que chegava até eles desembarcando em suas praias e tomando posse de seu território. Existem relatos de povos que após a morte de um europeu em combate, colocavam seu corpo dentro de um rio e esperavam sua decomposição para ver se eram pessoas como eles.

A diferença é que não temos contacto com esses relatos dos povos não europeus para conhecermos a visão que eles tinham dos brancos (MAÍA, 2000).

O termo cultura, para alguns, significa comportamento aprendido, ou abstracção do comportamento, e também não é específico da área da antropologia, outras vertentes da ciência também empregam e valem-se do mesmo.

Na antropologia, o significado da cultura é a totalidade de padrões diversos, aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano, incluindo conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos.

Batalha (2004) diz que o termo cultura tem associações diferentes conforme temos em mente o desenvolvimento de um indivíduo, de um grupo ou classe ou de toda uma sociedade.

É parte da tese que a cultura do indivíduo está dependente da cultura de um grupo ou classe, e que a cultura do grupo ou classe está dependente da cultura de toda a sociedade a que esse grupo ou classe pertence.

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Por isso, é a cultura da sociedade que é fundamental, e é o significado do termo «cultura» em relação a toda a sociedade que se devia examinar primeiro.

Para Batalha (2004) e Gusmão (2008) dizem que quando o termo «cultura» se aplica à manipulação de organismos inferiores – ao trabalho do bacteriologista ou do agricultor – o significado é bastante claro porque podemos obter unanimidade a respeito dos fins a serem atingidos, e podemos concordar quanto a tê-los atingido ou não.

Quando se aplica ao aperfeiçoamento do intelecto e espíritos humanos, é menos provável que concordemos em relação ao que a cultura é. O termo em si, significando alguma coisa a que se deve conscientemente aspirar em assuntos humanos, não tem uma história longa.

Como alguma coisa a ser alcançada com esforço deliberado, a «cultura» é relativamente inteligível quando nos preocupamos com o acto do indivíduo se Auto cultivar, indivíduo cuja cultura é vista contra o pano de fundo da cultura do grupo e da sociedade.

A cultura do grupo tem igualmente um significado definido em contraste com a cultura menos desenvolvida da massa da sociedade.

A diferença entre as três aplicações do termo segundo Assis (2008) e Gusmão (2008) pode apreender-se melhor perguntando em relação ao indivíduo, ao grupo e à sociedade como um todo, em que medida o objectivo consciente de alcançar cultura tem algum significado. Podia evitar-se muita confusão se nos abstivéssemos de pôr diante do grupo o que pode ser objectivo apenas do indivíduo; e diante da sociedade como um todo o que pode ser objectivo apenas de um grupo.

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