Os primórdios do século XX trouxeram a crítica ao evolucionismo por parte da antropologia cultural norte-americana.
A defesa que os evolucionistas faziam da existência de leis universais de evolução era prematura e não sustentada pela pesquisa etnográfica.
De acordo com Eriksen e Nielsen (2007) citando Boas(…) os dados etnográficos e arqueológicos recolhidos até à data não eram suficientes para estabelecer generalizações universais.
A sua orientação teórica era a de que apenas se podiam recolher dados de situações particulares e explicá-las de acordo com esses dados, mas não se podia generalizar essas explicações a situações até então não estudadas etnograficamente.
Ao enfatizar a variabilidade histórica, Boas tomou claramente partido contra os esquemas evolucionistas que procuravam colocar toda a humanidade numa fórmula evolutiva única.
Para Moutinho (1980) diz que a complexidade de formas culturais e sociais não se compadecia com generalizações e o estabelecimento de “leis universais” da cultura.
Cada cultura e sociedade tinham de ser analisadas no seu contexto próprio e qualquer extrapolação para contextos diferentes era vista como abusiva.
Os antropólogos deviam gastar menos tempo com especulações infundamentadas e usá-lo antes para recolher material etnográfico.
A falácia desta estratégia está em pensar que se pode recolher dados sem um enquadramento teórico prévio.
Os factos não falam por si, mas sim pelas ideias de quem os recolhe. Para Boas, o antropólogo era uma espécie de ceifeira – debulhadora que recolhe tudo a eito.
A verdade é que os antropólogos, como qualquer outra pessoa, são selectivos na escolha dos “factos”, não ceifam à toa, apenas apanham aquilo que o seu interesse prévio definiu como importante.