África no Período Colonial e o Movimento de Libertação Nacional

África no Período Colonial e o Movimento de Libertação Nacional

O Movimento de Libertação Nacional em África (M.L.N)

A partir da 2ª Guerra Mundial, os africanos começaram a ter ideias mais precisas sobre como pôr fim ao colonialismo. Começou-se a compreender que a exploração colonial não era apenas de uma Tribo ou região, mas sim de todo o povo.

Nacionalismo: são ideias com um carácter nacional e não tribal ou regional. Ou por outra, foi um movimento caracterizado pela união dos povos que tinham em vista lutar contra o sistema de dominação colonial em África.

Causas do nacionalismo

  • O abalo da 2ª Guerra Mundial e as suas consequências, incentivou o surgimento do Nacionalismo, uma vez que milhares de africanos participaram na Guerra ao lado dos seus colonizadores lutando contra outras potências e ao regressarem aos seus respectivos países juntaram-se a um movimento de pretexto político contra o domínio colonial. A Segunda Guerra Mundial transformou-se numa guerra anti-racista e anticolonial.
  • A política dos E.U.A, imposta no fim da 1ª Guerra Mundial, pelo presidente Wilson, o chamado sistema de mandatos das Sociedades das Nações aos territórios das potências vencidas na 1ª Guerra Mundial. Esta foi a concepção tida pelos EUA de que todas as colónias e terras de domínio dos países derrotados na 1ª Guerra mundial deviam estar sob domínio das potências vencedoras até que estas colónias e terras estivessem suficientemente desenvolvidas para se governarem por si próprias.
  • A revolução Socialista de Outubro de 1917, contribuiu na difusão de ideias sobre a igualdade, a liberdade e o direito de auto-determinação dos povos, o que incentivou os povos colonizados a lutar pela sua libertação e auto-determinação.
  • O papel da ONU. A ONU criada em São Francisco em 1945, que defende e o direito de todos os povos à liberdade, o direito a auto-determinação dos povos. Destacou-se o princípio de igualdade e o direito de dispor de si mesmo.
  • A emacipação asiática e as independências na África do norte imprimiu a ideia de união dos povos da Ásia e da África para a liquidação definitiva do colonialismo nos dois continentes.
  • Uma das outras causas foi as contradições internas do colonialismo.
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Forças motrizes do nacionalismo africano.

  • A acção dos intelectuais;
  • Os sindicatos;
  • O movimento dos estudantes;
  • A acção das igrejas;
  • As greves.

A conferência de Brazaville

Depois da 2ª Guerra Mundial, a França começou a delinear uma série de estatégias de refornas nas suas colónias que visavam abafar as vozes africanas que reclamavam as suas independências. O 1º passo foi a conferêncua africana francesa de Brazaville em 1944, onde participaram os governadores da África Negra e os altos funcionários da administração francesa. De salientar que nesta conferência nenhum africano participou.

Tratava-se de um encontro de caracter unilateral para a auscutação de ideias sobre o futuro das colónias francesas após a 2ª Guerra Mundial.

Decisões da Coferência

  1. Suprimiu-se progressivamente o regime de indigenato,
  2. foi reconhecida a integração dos territórios africanos numa comunidade francesa,
  3. introduziu-se a descentralização administrativa,
  4. preconizou-se a criaçào de assembleias representativas compostas por partes de europeus e em parte de indígenas. Estas assmbleias detinham o controlo sobre as finanças das colónias.

Estas reformas vão despertar a consciência de vários partidos nacionalistas africanos. O partidos que surgiu depois da conferência africana de Brazaville, foi designada nas colónias por recimbrement democratique african.

A conferência de Bandung

A conferência de Bandung realizada em 1955, na Indonésia pelos países que não aceitavam a divisão do mundo entre os Estados Unidos e a União Soviética. A partir dessa conferência da qual só participaram nações africanas e asiáticas como a China, Índia, Egípto, Indonésia e outras recém independentes, o processo de descolonização ganhou nova força. Nesta conferência, os países participantes, unidos por interesses comuns, assumiram uma posição política de neutralidade em relação às grandes potências, notadamente Estados Unidos e União Soviética. Definiam-se assim como pertecentes ao terceiro mundo, em oposição à divisão em Primeiro Mundo (Capitalista) e Segundo Mundo (Socialista). Defenderam a tese do desarmamento, a participação de todos os países nas questões internacionais, o direito à vida e á liberdade, a união entre eles como fundamental na luta contra o colonialismo. Condenaram toda a forma de racismo e afirmaram a igualdade entre as raças.

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