Significa literalmente “escrever sobre os povos” e designa a actividade antropológicade recolha de informação através da observação participante, prática que consiste em ficar durante meses num lugar estudando a vida de um grupo de pessoas ou de uma pequena sociedade.
A permanência do etnógrafo (o antropólogo na sua função de recolha de informação) durante alguns meses no seio da sociedade ou grupo humano que pretende observar garante informação em primeira-mão, que de outro modo não poderia ser recolhida.
O conhecimento etnográfico baseia-se na experiência de participação do próprio etnógrafo na vida social que pretende descrever e analisar.
Durante o chamado trabalho de campo o etnógrafo recolhe informação, questionando, filmando, fotografando, sobre os diferentesaspectos da vida social do grupo ou comunidade.
Tradicionalmente, a etnografia fazia-se em pequenas comunidades, que raramente ultrapassavam algumas centenas de pessoas, e em muitos casos não iam além de uma centena.
A informação etnográfica mais importante encontra-se nas esferas da economia (de que vive o grupo ou a comunidade), tecnologia (ferramentas e técnicas de uso), organização social (formas de parentesco e casamento), actividade política (grupos de interesse, formas de resolução dos conflitos, relações com o exterior, formas de decisão), religião, magia, ciência e outras estratégias usadas no controle o mundo envolvente.
A essência da etnografia é a aprendizagem do modo de vida do “nativo” através da prática em conjunto e da partilha com o próprio e não a mera recolha de informação.
O etnógrafo trata as pessoas como parceiros de interacção e não como “objectos” de estudo.
Os objectivos do etnógrafo podem ser muito variados, desde obter uma visão geral da sociedade estudada até à compreensão de uma questão ou detalhe particular.