Introdução
Nesta unidade temáticas será apresentado um estudo de caso (famílias em contexto de mudança em Moçambique) de forma explicativa, isto é aquilo que acontece no caso observado. Portanto ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
Objectivos específicos
- Agregar seus os conhecimentos sobre um estudo de caso.
- Relativizar os acontecimentos narrados.
Desenvolvimento
Em Moçambique, nota-se uma diferença no que concerne à produção.
As tribos ao sul do Rio Zambeze centralizaram a sua produção na agro-pecuária, enquanto os povos do norte do rio eram essencialmente agricultores. Com a cultura orientada para os animais e o pastoreio, houve uma alteração na psicologia colectiva das etnias do sul, o que marca uma diferença ainda hoje notada no país (MEDEIROS, 2006).
Para Osório e Macuacua (2013) na hora de organizar a descendência e a herança há dois tipos de sistemas:
1. Com uma linha: linear.
– Matrilinear (uterina): Todos os filhos e filhas pertencem à mesma linhagem mas são elas quem transmitem a descendência, eles não. Os filhos delas serão da linhagem mas os deles não. A herança e residência é por via feminina.
– Patrilinear (agnática): A descendência transmite-se por via masculina ainda que todos os filhos pertençam á linhagem. A residência neste caso é virilocal e neolocal. Este sistema está mais estendido que o matrilinear, (ex. Império Romano, Muçulmano, e Chino).
Um caso extremo é o caso do sudeste da China, onde a mulher é entendida como algo de pouca importância para a linhagem; as filhas casam e vão morar para casa do homem, não voltando á casa dos pais, só em caso de falecimento dos seus pais é que volta. Os pais evitam o afecto pelas filhas quando estas são crianças, pois irremediavelmente separam-se delas. O significado estrutural delas é a mudança por mulheres de outra linhagem.
2. Com duas linhas: bilinear, ainda que a autoridade oficial possa ser só a do homem.
Se queremos estudar os sistemas de descendência, de acordo com Medeiros (2006) citando Segalen (1999) através dos quais se transmite a herança, também devemos ter em conta a noção de “ciclo da vida familiar”, que serve para conceitualizar a evolução da família e as suas mudanças em tamanho e estrutura, desde a sua constituição até a sua dissolução.
Para Osório e Macuacua (2013) o mais é importante diferenciar entre as noções de herança, residência pós-casamento e domínio inter-géneros. Um exemplo é a usual confusão entre matriarcado, mater-localidade e mater-linearidade.