Ensino para autóctones e Ensino Primário Elementar
Em 1960, apesar de se ter consciência plena de Moçambique ser um espaço multiracial e multiétnico, o ‘ensino de adaptação’ sob orientação do mesmo programa assimilacionistapassou a chamar-se ensino para autóctones.
Essencialmente, o ensino para os autóctones visava, por um lado, formar uma força de trabalho que, além de muito barata (para a economia colonial que conheceu um considerável incremento entre 1945 e 1961), deveria ser ideologicamente alienada e alheia aos interesses económicos e às questões políticas, sociais e culturais moçambicanas.
Em 1964, o ‘ensino para autoctónes’ fundiu-se com o ensino primário, para constituir o Ensino Primário Elementar. Porém, persistia a dissimulada ‘igualdade de direito à educação para todos’, porque, na prática, o ensino diferenciado, ou seja, o ensino segregacionista se mantinha intacto: com Postos Escolares e Escolas de Artes e Ofícios nas zonas rurais; nas cidades, Escolas Públicas Oficiais (para filhos de operários e de funcionários públicos) e,distanciando-se destas, escolas para o Ensino Particular.