Resumo
As eflorescências constituem um dos mais frequentes tipos de patologia que afectam os revestimentos estucados dos edifícios antigos. Se muitas vezes se trata de uma anomalia facilmente eliminável, outras os seus efeitos são fortemente nefastos podendo causar a destruição de elementos estucados que constituem verdadeiras obras de arte.
O artigo começa por referir, de forma abreviada, os principais suportes que servem de base às superfícies estucadas e a composição do revestimento estucado tradicional. Caracteriza-se depois a sintomatologia, mecanismos de formação e efeitos das eflorescências nos estuques antigos.
Introdução
O actual estado de desenvolvimento do país indicia que se atingiu uma época em que se deve atender de forma
consistente e verídica à problemática da conservação do património histórico edificado, preservando para as gerações futuras o que foi legado pelos nossos antepassados. Pretende-se neste contexto dar um contributo para a manutenção e salvaguarda dos elementos estucados dos edifícios construídos até ao início dos anos 40 do século XX, pela análise de causas e efeitos originados pelas eflorescências.
Os estuques destes edifícios, e nomeadamente os seus suportes, os materiais utilizados no processo construtivo e as superfícies pintadas, encerram um conjunto de características comuns que possibilitam ou favorecem o aparecimento de eflorescências. A actual teoria da conservação preconiza a manutenção dos elementos antigos existentes e o recurso a intervenções realizadas, sempre que possível, com carácter limitado. Se, no caso de reconhecidas obras de arte estucadas, tal princípio é facilmente compreendido, quando o revestimento estucado é mais comum, as intervenções alargadas são mais frequentes e surgem muitas vezes eflorescências originadas por materiais impróprios, tradicionais ou não.