Os efeitos da degradação observados são variados e chegam a interessar ao mesmo tempo todas as propriedades físicas e químicas da material pétreo. As alterações podem ser subdivididas em:
- Alterações superficiais
- Alterações internas
Pode-se considerar que as alterações superficiais são constituídas por:
a) Infestações de origem biológica – Todos os agentes biológicos citados podem estar presentes na pedra, dando origem a formações típicas de cada espécie.
b) Patinas – Trata-se de películas finas de material alterado aderente ao corpo subjacente e de cor variável desde o verde, ao castanho, e ao negro. Contêm sulfatos, sais complexos de ferro, poeiras naturais e resíduos metabólicos. São geralmente atribuídas à acção de microrganismos quimicolitotrópicos, seja de origem animal, seja vegetal. Na atmosfera urbana poluída, são geralmente de cor escura, por causa das substâncias carbónicas depositadas pelo ar.
c) Estrias – São constituídas por sulcos horizontais ou inclinados ao longo das zonas de menor resistência do cimento natural que liga os grãos da pedra. Pode-se observar esta forma de alteração num material submetido a uma forte acção eólica ou a uma elevada humidade interna.
d) Crostas – A formação de crostas é essencialmente devida aos mecanismos de transporte da água. Esta pode penetrar na rocha de maneiras diferentes (chuva, absorção do vento húmido, condensação, humidade ascendente).
Penetrada em profundidade, ela opera uma acção de dissolução das sais constituintes do material pétreo que, depois, evaporando deixa depositados concentrados. Se a evaporação da água e o consequente depósito de sais acontecerem à superfície, dão lugar à formação de crostas externas ou de eflorescências, conforme a natureza dos sais; se esse depósito acontecer no interior da pedra, dá-se a formação da crostas internas.
As crostas externas permanecem sobre o material ou são deslavadas, conforme a quantidade de água que atinge a superfície e conforme a solubilidade das sais seus constituintes.
Por exemplo, forma-se uma crosta resistente se os sais que migram são constituídos por gesso e por carbonato de cálcio e de magnésio. Tais crostas são constituídas, para além da substâncias dissolvidas a partir da pedra mãe, por substâncias depositadas pela atmosfera.
Conforme estes casos, assumem a cor branca ou acinzentada em atmosferas pouco poluídas, enquanto que assumem cores mais escuras em áreas urbanas ou industrializadas, por causa dos depósitos de substâncias carbónicas, provenientes dessa atmosfera poluída.
A forma destas crostas depende da natureza da pedra e sobretudo da sua porosidade. Os poros maiores oferecem uma fácil passagem à água da chuva, dando lugar a crostas concrecionadas de superfície irregular. Se os poros forem pequenos e uniformemente distribuídos, as crostas são mais lisas.
Se o depósito dos sais for proveniente do interior, aparece uma espécie de zona consolidada no material, correspondente ao facto de os poros pequenos estarem obturados pelos sais, enquanto que os poros maiores ficam apenas parcialmente obstruídos pelas cristalizações salinas formadas nas suas paredes.
A zona circundante, pelo contrário, fica debilitada pela dissolução dos sais, a qual modifica progressivamente a estabilidade dos agregados minerais. Assim forma-se uma segunda camada cujas propriedades são profundamente diferentes relativamente à situação anterior.
Geralmente, esta segunda camada apresenta-se arenosa, incoerente e frequentemente saturada com sais solúveis. Normalmente formam-se as seguintes zonas características:
- Uma crosta exterior muito fina de cor escura.
- Uma camada muito dura, cuja cor varia desde o branco até ao cinzento.
- Uma zona branda, amarelada, facilmente pulverizável, de consistência arenosa.
- A pedra inalterada.
A zona arenosa é de grande importância porque permite que a crosta se destaque em pedaços maiores ou menores, pela acção dos seguintes agentes:
- Gelo, que cria tensões em consequência da variação do seu volume.
- Incidência solar, que gera tensões por variação das dimensões lineares.
- Pressão osmótica.
- Cristalização de sais, que gera variações de volume e mesmos tensões.
- Gravidade, que permite à crosta destacar-se do estrato arenoso subjacente.
e) Pulverização – É o efeito de degradação mais importante e característico, a seguir à formação das crostas, constituído pela pulverização do material pétreo.
A zona superficial daquele transforma-se numa massa arenosa, sem consistência, até uma profundidade de alguns centímetros, e que se destaca facilmente.
Esta alteração é, geralmente, do tipo preferencial, no sentido em que se localiza em sulcos dispostos ao longo dos planos de jazida na pedreira. A profundidade destes sulcos varia e traça uma série de relevos sobre a superfície da pedra. Estes assumem frequentemente a forma de uma grelha, constituída pela intersecção desses sulcos.
Os agentes mais típicos desta degradação são o vento, o gelo e os sais solúveis, em especial os sais menos solúveis que se concentram nos relevos dos grãos e sobre os elementos ligantes, enquanto que os sais mais solúveis se encontram na zona que irá formar de seguida o sulco, disposta ao correr da jazida na pedreira.
O cruzamento destas duas zonas determina a rectícula.
f) Corrosão alveolar – Este tipo de corrosão apresenta-se sob a forma de cavidades com dimensões variáveis, com um contorno mais ou menos circular, espalhadas casualmente sobre a superfície da pedra, e pensa-se que seja devida a um mecanismo particular de degradação dito “doença alveolar”.
Esta forma de degradação é devida à acção dos sais muito solúveis e higroscópicos, capazes de permutarem rapidamente e frequentemente o vapor de água com o ar.
A dinâmica deste fenómeno é fortemente influenciada por fenómenos de turbulência localizada. De facto, o vento actua como vector de calor e de humidade, fazendo aumentar a frequência das passagens através da curva de equilíbrio de hidratação dos sais.
O citado aspecto característico desta corrosão, casualmente disposta sobre a superfície da pedra, é típico dos materiais fortemente heterogéneos que apresentam zonas com uma porosimetria fortemente diferenciada.
A porosidade do material influencia a capacidade de dissolução dos sais por parte do deslavamento consequente às águas pluviais.
Por esta razão, os sais muito solúveis nunca serão expulsos as zonas muito porosas de uma pedra, já que o escorrimento da água só terá início quando estes sais já estiverem totalmente dissolvidos e reabsorvidos pela pedra.
É em correspondência com estas zonas que tende a localizar-se a corrosão alveolar. Não só a cristalização ou a hidratação dos sais determinam uma cavidade sobre a superfície, mas em correspondência com esta cavidade vem a estabelecer-se uma zona turbulenta por causa da não uniformidade do campo aerodinâmico criado pelo vento sobre a superfície da pedra.
A turbulência, como já foi dito, aumenta por sua vez a dinâmica do fenómeno desagregador.
g) Concreções sob a forma de estalactites – Estas são devidas ao ataque químico da chuva sobre a pedra; em particular, por causa da acidez da chuva, os sulfatos e carbonatos são dissolvidos.
Esta solução, percolando do interior para o exterior da pedra evapora seguidamente, depositando os sais dissolvidos sob a forma de concreções.
As alterações podem ser consideradas como constituidas por:
a) Alterações internas não visíveis – Estas não aparecem na superfície da pedra e a completa desagregação produz-se no interior e a uma profundidade de alguns centímetros. Este tipo de alteração é o mais frequente e é dificilmente identificável no início, visto que o estado superficial se mantém constante.
Tende a localizar-se em correspondência com zonas limite de subida de águas de capilaridade, em correspondência com molduras e outros objectos do tipo balanceado, balcões, etc.
Em coincidência com o estado avançado da degradação, a espessa crosta de pedra destaca-se deixando no seu lugar uma cavidade pulverulenta.
b) Alterações internas visíveis – Este tipo de alterações tem início em correspondência com as arestas e dirige-se para o interior do bloco de pedra, o qual parece inchar e fissurar.
Pode interessar o monumento em qualquer altura e ferir toda a pedra ou apenas parte desta. O material aparece fortemente desagregado, apresentando ainda um preocupante estado de alteração.
Parece que as causas desta alteração devem ser atribuídas principalmente à natureza da própria pedra, mais do que à sua colocação na construção.
Em qualquer caso trata-se unicamente de pedras mal trabalhadas ou cortadas conforme os planos de jazida, podendo, no entanto, o fenómeno depender da presença de veios brandos de argila ou ainda da acção do gelo.
Pelo contrário não parece ser determinante, neste tipo de alteração, qualquer tipo de acção química.