Introdução
Após intensas abordagens sobre a génese e desenvolvimento da antropologia, temos nesta unidade temática uma proposta de debate sobre a multiplicidade cultural que se pretenda estudar na metade oriental da África Austral. Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
Objectivos específicos
- Conhecer a génese da multiplicidade cultural.
- Descrever as suas características na metade Oriental da África Austral.
- Identificar os pontos fortes e fracos desta parte da África.
Desenvolvimento
Segundo Costa (2013) todas as missões de investigação científica, temporárias ou permanentes, levadas a cabo pelas diferentes instituições da metrópole aos territórios ultramarinos, contribuindo para a empresa da ocupação científica do ultramar, para lá do mero interesse e motivações dos investigadores de investigar e conhecer (numa lógica de ciência pela ciência), estes foram norteadas por uma finalidade e estratégia política.
Conhecer é Poder e é na relação das Universidades com os organismos de investigação ultramarina que esse conhecimento colonial é produzido, aprofundado e reproduzido, de modo a autoridade colonial melhor poder orientar e explorar os diversos recursos existentes e poder afirmar-se politicamente no plano nacional e internacional (COSTA, 2013).
Ainda de acordo com Costa (2013) a ocupação científica das colónias (através do seu estudo nas mais diversas vertentes) emerge como fundamento político, como via para a exploração económica das colónias, ao mesmo tempo que permite o desenvolvimento e progressos das próprias ciências.
Partilhando a ideia de Geffray (1991) este desenvolvimento científico implica o desenvolvimento de instituições na metrópole, responsáveis pela organização e realização de investigação científica colonial, assim como nas próprias colónias são criados organismos de estudo científico.
Levar a civilização aos territórios tropicais que se pretendiam dominar, era levar a fé, a moral, os bons costumes, a higiene, os cuidados de saúde, a cultura ocidental mas também fomentar a exploração económica dos bens naturais aí existentes.
De acordo com Costa (2013) para lá das glórias e conquistas passadas, fruto directo das descobertas e expansão de quinhentos, a Conferência de Berlim (1885) vem impor um novo paradigma de afirmação dos títulos de posse desses espaços ultramarinos.
Dominar essas possessões, como termo de afirmação de política internacional, importa observar a fórmula: conhecer para possuir e dominar, o que só é alcançado pela plena e empenhada Ocupação Científica dos territórios de além-mar.