Conservação
A chave para uma conservação de sucesso passa através da investigação levada a cabo antes que o trabalho seja iniciado. O tipo do substrato, o método de aplicação do dourado, o tipo de folha e qualquer tipo de tratamento superficial têm que ser identificados para que se possa desenvolver uma apropriada estratégia de conservação. As arestas reentrantes e os cantos fora da vista são úteis para se fazerem experiências; a limpeza pode ter que envolver água ou solventes, e que qualquer destes materiais pode produzir danos, pelo que é crucial saber-se como devem ser usados com segurança. Como existem muitos factores variáveis e há a necessidade de conhecimento sobre os processos usados em diferentes épocas do passado, este trabalho deve ser executado por um conservador. O seu objectivo deve ser reter-se a superfície original, incluindo qualquer revestimento ou velatura, já que estes são tão importantes no trabalho original como a folha de metal que recobrem. Um objecto, tal como uma moldura de espelho dourada, pode ser valioso, mas só desde que retenha a sua superfície e patina originais.
Uma vez que estas se percam, o artefacto, só por si, pode ser tudo menos valioso, quer em termos históricos, quer monetários.
Qualquer trabalho de reparação ou de restauro deve ser mínimo, usando os mesmos materiais e técnicas, e, na maioria dos casos, as pequenas áreas de reparação devem ser cuidadosamente veladas e tonalizadas para condizerem com o trabalho original. Isto requer muita habilidade e prática, e não é trabalho para um amador ou para um timorato. (Em certos casos pode ser considerado preferível deixar-se o trabalho novo claramente distinguido do original, especialmente onde tiverem sido restauradas áreas muito grandes).
Os dourados a óleo sobre pormenores arquitectónicos são frequentemente encarados apenas como mais uma pitura que deve ser renovada de tempos a tempos. Nos gradeamentos exteriores ou nas condutas de águas pluviais, onde o substrato enferruja, pode-se justificar a renovação, mas no interior, os dourados não envernizados podem durar quase eternamente, desde que sejam protegidos contra o desgaste superficial e contra a degradação do substrato.
Se estiverem fora do alcance diário, uma limpeza apropriada irá proporcionar-lhes geralmente resultados muito satisfatórios, permitindo a passagem do tempo. A níveis mais baixos, pode ser perfeitamente aceitável alguma evidência de desgaste, desde que não seja desfiguradora. Se ocorrerem danos pontuais numa sala, por exemplo pela entrada de água, eles podem ser geralmente reparados e tonalizados para se confundirem com o original. Isto é obviamente melhor do que renovar-se todo o dourado ou, como por vezes acontece por razões económicas, pintar-se sobre todo o conjunto.