Os fungos da podridão da madeira necessitam de estar especialmente adaptados para ultrapassarem três restrições principais:
1. A complexidade dos substratos orgânicos: A madeira contém apenas pequenas quantidades de substratos facilmente utilizáveis, tais como açúcares simples e seiva.
Estes estão presentes inicialmente nas células radiais do parênquima, mas são rápidamente usados pelos fungos do “azulado” da seiva, os quais invadem os troncos cortados de fresco.
Os principais componentes da madeira são a celulose (40 a 50 % de peso seco, composta por cadeias rectilíneas compridas de beta – 1, 4 – ligações de glucose), hemiceluloses (25 a 40 %, consistindo em misturas de polímeros de glucose, manose, xilose, arabinose, etc.) e lenhina (20 a 35%, um polímero complexo tridimensional, consistindo em três tipos de unidades fenil-propano).
A lenhina é extremamente resistente aos ataques enzimáticos, e ela incrusta os outros materiais das paredes e forma complexos químicos com eles, evitando que sejam facilmente degradados.
2. Baixo conteúdo em azoto: A madeira, tem tipicamente um muito baixo conteúdo em azoto (geralmente menos que 0,1 % em peso) e em fósforo – os dois elementos minerais necessários em grandes quantidades para o crescimento micróbico.
3. Presença de compostos potencialmente fungicidas: Estes são particularmente vulgares na madeira do cerne não viva, e incluem taninos, nas árvores de folha larga, e diversos compostos fenólicos (terpenes, estilbenes, flavonoides e tropolones) nas árvores coníferas. Os tropolones mais tóxicos são o tujaplicines, o qual liberta uma fosforização oxidante. A resistência natural contra a degradação da madeira de cedro é consequente destes dois compostos, e a especificidade de diversos fungos por tipos particulares de madeira podem estar relacionadas com a sua tolerância a compostos específicos.