Introdução
No Reino Unido existem muitas variedades de técnicas que utilizam a terra em estado não cosido para a construção de paredes.
Elas podem passar desde as paredes maciças portadoras de carga, construídas sem taipais, à base de argila e/ou “chalk” e agregados, que se encontram em muitas áreas, até ao “clay lump”, que se encontra predominantemente na East Anglia, e ao “mud and stud”, que se encontra predominantemente no Lincolnshire e ao seu redor.
Nalgumas regiões, e talvez particularmente nalgumas áreas orientais da Escócia, podem ser encontrados outros tipos aparentados aos descritos.
Também, muito vulgarmente, foi usada a construção de paredes com terra em conjugação com outros materiais.
Menos vulgarmente, mas ainda assim significativamente, pode ser encontrado um tipo de construção em que a terra (ou, talvez menos frequentemente, o “chalk”) era apiloada em obra dentro de taipais de madeira. Além disso, a terra também era usada na construção “wattle and daub”.
No entanto, este artigo concentra-se nos tipos que contribuem significativamente para a capacidade de porte de carga pela parede.
Entre eles, o tipo que emprega paredes maciças portadoras de carga feitas com terra em estado não cosido é, quase certamente, o mais vulgar que sobrevive na Grã Bretanha.
A maioria das edificações com este tipo de paredes pode ser encontrado no Devon e nos outros condados do Sul e do Sudoeste da Inglaterra, onde este material é vulgarmente designado por “cob”.
O texto seguinte, que trata dos problemas e dos tipos de reparação típicos, está largamente relacionado com o “cob” e com sistemas de parede similares.
Até certo ponto, pode ser aplicado às outras técnicas de construção com terra, mas as pessoas que dão pareceres ou que executam técnicas de reparação devem procurar compreender totalmente a composição e a técnica de construção associada com a parede específica em questão, já que o que é apropriado para uma situação pode não o ser para outra.
Na realidade, mesmo dentro de uma muito limitada localidade, por vezes dentro de uma edificação individual ou de um grupo de edificações, a composição e a técnica podem variar muito consideravelmente.
No sudoeste e em muitas outras regiões, o uso do tipo de paredes em “cob” está tradicionalmente associado com os telhados em colmo (thatch), apesar de existirem excepções.
Parece que raramente se discutem as qualidades das paredes em “cob” sem que se faça referência ao velho provérbio de que toda a gente precisa de um bom chapéu e de um bom par de botas para que possa viver para sempre.
Esta expressão serve para nos recordar que na avaliação da condição de uma edificação com paredes em terra, a causa de todos os problemas pode estar fora da própria parede em terra.
Ela sugere também que o vulgar ponto de vista de que a construção com terra é inevitavelmente uma fraca forma de construção está um pouco mal fundamentado.
Na verdade, o facto de sobreviverem exemplos datados de finais do Século XV que continuam em uso é testemunho da sua durabilidade, quando bem construídos e apropriadamente conservados.
Claro que, tal como com outros tipos de edificações, podem ser encontrados exemplos com fraca qualidade de construção que exibem os inerentes problemas construtivos.
No entanto, há poucas dúvidas sobre que muitos dos problemas associados com este tipo de paredes aparecem por modificações inadequadas e negligentes, ou por técnicas de manutenção ou de reparação inadequadas.
Este artigo procura focar-se nalguns dos problemas vulgarmente encontrados, e analisar as formas apropriadas de se lidar com eles.