Os caminhos começaram se abrir a partir do momento que o nacionalismo criou os movimentos de revolução que conduziram os países africanos a independência dos seus países. Essa era a porta que precisava para que o processo de autoconhecimento fosse exposto em documentos e em ambientes adequados para sua estruturação cientifica.
Os estudos sobre o colonialismo e o pós-colonialismo actuais de acordo com Costa (2013) prendem-se, em parte, comum a necessidade mais ou menos recente de pôr em causa a produção antropológica sobre povos e culturas não ocidentais, que não levem em contacto debate sobre o pós-colonialismo.
Porque o tempo pós-colonial deu lugar a uma série de redefinições dos espaços ex-coloniais, da relação entre globalização e localização.
A globalização sua utilização vai no sentido de percebê-la como uma rápida celebração dos acontecimentos no mundo contemporâneo. Em contrapartida, a localização fornece-nos a via para pensar a resposta à própria globalização.
A relação entre globalização e localização leva-nos, necessariamente, à reflexão sobre outro binómio conceptual como o de poder e resistência, particularmente importante para entender como do colonialismo pode nascer o nacionalismo.
Para Geffray (1991) conquistada a independência, os novos cidadãos reclamam o fim da ideologia europeia, que “instruíram” os não-europeus, visto que as elites nacionalistas ficaram com os lugares do poder outrora ocupados pelo poder colonial.
Então, tal como o colonialismo tinha sido um sistema, também a resistência começou a ser sistemática. Conceição (2006) e Costa (2013) à luz dos estudos pós-coloniais, o conceito de resistência ganhou novo fôlego. Já não se pensa apenas nos processos de resistência visíveis, com vista à obtenção de frutos imediatos; tende-se antes a privilegiar processos mais ou menos informais de resistência.