Esta tipologia construtiva tem constituído uma grande preocupação daqueles que têm abordado a vulnerabilidade sísmica do edificado de Lisboa, justificada pela deficiente qualidade das estruturas de alvenaria e madeira com que esses edifícios foram construídos.
Este sismo veio dar razão a estes receios, constatando-se a ruína total de mais de 500 edifícios assim classificáveis e muitos outros profundamente danificados e irrecuperáveis.
Na análise das consequências do sismo sobre estes edifícios importa destacar a circunstância de eles serem generalizadamente fundados sobre terrenos macios, argilosos ou areno-argilosos, com poucos casos em que ocorre a fundação em rocha, ou seja, nas zonas mais densamente construídas com edifícios deste grupo, as condições de fundação não favoreceram a sobrevivência dos edifícios.
Constata-se ainda que estruturas alteradas com supressão de algumas paredes e sua “substituição” por vigas de aço se revelam ainda mais susceptíveis; é questão que, no entanto, merece aprofundamento.
A falta de travamento estrutural, denotada na fragilidade das ligações entre paredes e entre paredes e pavimentos, a fraca qualidade das alvenarias e as deficiências originais de fundações terão sido os problemas fundamentais para se entender a destruição ocorrida, com o que se perdeu uma boa parte da cidade da época das Artes Decorativas.