Apontamentos Urgências sociais = Partilha das riquezas!

Urgências sociais = Partilha das riquezas!

Com o objectivo de se reapropriarem larga e duravelmente do espaço público, diversos movimentos, associações e sindicatos apelaram, no dia seguinte à 1.ª volta das eleições presidenciais, à realização de encontros, de debates e de mobilizações, lugares de debate, “Fóruns de rua” ao redor das mairies, espaços associativos, alternativos e sindicais.

Estas iniciativas têm sido realizadas até ao dia de hoje sob múltiplas formas.

Não se vencerão os perigos da extrema-direita sem se fazerem recuar a miséria, a precariedade social e a má vida, bem como sem se obter a redistribuição das riquezas.

Hoje em dia, mais do que espalharem-se práticas securitárias e aparelhos repressivos, é necessário que se ataquem as raízes do mal e que se ponha um final às políticas de acompanhamento da mundialização liberal.

Convém que se reafirme, em todos os domínios, que é a economia quem deve estar ao serviço da humanidade, e não o inverso.

Devem ser formuladas exigências imediatas para se responder às situações sociais de urgência.

Exigências destinadas a todos os decisores, patronais e políticos, aos candidatos às próximas eleições legislativas e ao governo que vai sair dessas eleições, seja ele de esquerda ou de direita.

Deixamos aqui algumas delas, entre muitas outras:

  • Uma subida imediata e massiva dos arrendamentos de desemprego e dos mínimos sociais (RMI 31, ASS 32, API 33, AAH 34, etc.) e a sua extensão a todos e todas (e especialmente aos jovens com menos de 25 anos), uma subida imediata e massiva dos salários, sobretudo dos mais baixos.
  • Medidas concretas para se fazerem recuar as diferentes formas de flexibilidade e de precariedade dos rendimentos do trabalho.
  • Uma habitação decente para todas e todos, pela criação de 1 milhão de habitações destinadas a famílias com fracos rendimentos, pela aplicação da Lei de requisição, pela paragem dos despejos, pelo encerramento dos albergues e pelo final da venda do património público (HLM, hospitais, quartéis, correios…).
  • O fim de todas as ameaças que pairam sobre as reformas graças à redistribuição, os respectivos montantes e taxas, a recusa de qualquer aumento da duração do período de descontos, o regresso às 37,5 anuidades para o sector privado.
  • A efectivação de uma política de melhoramento e de extensão dos serviços públicos, acessíveis a todas e todos, e não ao seu desmantelamento.
  • Medidas concretas contra todas as formas de discriminação, as quais atingem especialmente as mulheres, os jovens, os imigrados, os deficientes, as minorias…
  • A efectivação de uma polícia sobre a imigração que não esteja baseada apenas sobre uma lógica de suspeição e de repressão, o que passa, num primeiro tempo, pela regularização de todos os indocumentados, e pelo encerramento dos centros de detenção.
  • O direito de voto para os imigrantes.
  • O abandono de todas as perseguições contra os precários (indocumentados, guias de transporte, posturas, despejos), contra os actores dos movimentos sociais atingidos pela repressão, e a abolição da pena dupla.
  • A invenção de formas novas de democracia e de intervenção directa dos cidadãos.
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Lugar por debates públicos, para enriquecer, definir, completar, modificar, prolongar estas reivindicações. Lugar pela construção de um largo quadro unitário. Lugar por mobilizações que nos permitam impor outras opções económicas e sociais para um outro futuro mais justo e mais solidário.