O tráfico de escravos de África para a América intensificou-se na segunda metade do século XVI e inícios do século XVII, quando os europeus começaram a explora, naquele continente, as plantações de cana-de-açúcar e tabaco.
A partir dessa altura, milhares de escravos foram levados todos os anos com destino á América. O tráfico foi mais intenso na África ocidental, entre os séculos XVI e XVIII, e, mais tarde, na África oriental, ate ao século XIX.
O tráfico de escravos na África ocidental
A África ocidental foi a primeira região do continente a envolver-se no comércio de escravos para a América. Esta foi a região do continente africano, que forneceu mais escravos. Os mercados abastecedores de escravos situavam-se sobretudo no golfo da guiné, Senegal, Gâmbia, rios do sul, Costa do Marfim, Costa do Ouro, Benim, Camarões e Gabão. Angola foi também um grande exportador de escravos, provenientes das zonas de Luanda e Benguela.
A medida que a economia de plantações crescia na América, crescia também o tráfico de escravos na África ocidental. Por volta de 1685, os Ingleses traficavam cerca de 5 mil escravos por ano; em 1700, cerca de 10 mil escravos.
O apogeu do tráfico na África ocidental, deu-se entre 1750 e 1790. Os europeus chegaram a traficar mais de 85 mil escravos por ano. Neste período, os maiores traficantes foram os ingleses, seguidos por franceses, portugueses, holandeses e, finalmente, por dinamarqueses.
Os escravos eram vendidos pelos chefes de tribos locais, aliados dos europeus, em troca de tecidos, objectos de latão, sal, armas, etc, aos mercadores negreiros das feitorias da zona costeira. Destacam-se, pelo número de escravos, os portos de Luanda e Congo.
A particularidade do comércio de escravos na África Ocidental foi a de o tráfico não ter penetrado no interior, limitando-se a captura as regiões próximas da costa. No século XVII, quando os escravos se tornaram escassos na África ocidental, pelo facto de muitos povos se terem refugiado no interior, o tráfico de escravos passou para a África Oriental.