As dificuldades de acesso à habitação pelos casais modestos ou pobres, nomeadamente pelos imigrantes, aumentam:
- As estruturas de acolhimento estão saturadas por ausência de soluções de realojamento à saída.
- As medidas para o afastamento dos sem-abrigo dos centros urbanos banalizam-se: persistência das detenções por mendicidade, penalização da fraude nos transportes públicos, renovação do mobiliário urbano para impedir a sua utilização prolongada, endurecimento dos serviços de segurança.
- Os sem-abrigo mortos nas ruas são em grande número: 100 na Ile-de-France em cada ano, dos quais 60 em Paris, de acordo com os bombeiros (não existem números nacionais).
- A precariedade da habitação traduz-se pelo desenvolvimento da vagabundagem familiar urbana, estabelecendo um novo patamar: alojamentos institucionais temporários do tipo albergues e hotéis, alojamentos precários particulares, ocupações, acampamentos, instalações irregulares de caravanas, princípio de bairros de barracas.
- O número de despejos progride apesar das disposições da Lei de luta contra as exclusões.
- O saturnismo infantil é tratado por medidas paliativas e ocasionalmente, enquanto que o realojamento espera por uma solução mais eficaz.
- As pessoas que vivem em alojamentos insalubres continuam a poder ser despejadas sem realojamento na sequência da emissão de uma decisão judicial, um ano após a adopção da Lei contra as exclusões. As situações de insalubridade e de perigo eternizam-se durante anos.
- O sobrepovoamento acentuado, manifestação directa mas pouco visível da crise da habitação, é massivo e negligenciado pelas políticas públicos.