Apontamentos Degradação Induzida

Degradação Induzida

O tratamento das alvenarias históricas deve ser cuidadosamente seleccionado depois de uma análise por especialistas e deve ser sempre mantido num mínimo absoluto.

1. Os consolidantes só podem ser aplicados na alvenaria degradada como último recurso. Apesar de serem previsivelmente eficazes nos tijolos porosos, o seu emprego ainda está na infância, e os efeitos a longo termo desta técnica são pouco seguros. A face de um tijolo consolidado pode comportar-se de forma diferente da sua base em consequência dos movimentos térmicos, resultando numa futura separação.

2. Os selantes podem induzir problemas semelhantes. Ao selarem a face eles podem inibir ou reduzir a superfície de evaporação levando a uma acumulação de humidade. Esta pode resultar numa evaporação concentrada em outras áreas onde podem vir a ser exacerbadas a cristalização e os danos consequentes do gelo.

Os selantes só devem ser usados em áreas localizadas para se evitarem problemas tais como as manchas que ocorrem a partir de escorrimentos de guarnecimentos em pedra calcária, onde devem ser aplicados apenas depois da remoção desses depósitos.

3. A introdução de argamassas fortes é uma das causas mais frequentes de ruína nas alvenarias históricas, conduzindo à degradação da argamassa e da própria alvenaria de tijolo.

Os métodos de limpeza inadequados podem provocar danos substanciais pela remoção não só da sujidade, mas também da ‘pele do forno’, deixando uma face picada. As mós de esmeril também destroem a superfície, assim como os discos abrasivos ou de polimento destroem as arestas. Tais métodos podem, na realidade, acelerar a acumulação de nova sujidade e acelerar a velocidade da degradação ao produzirem uma superfície mais texturada.

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A vegetação apesar de ser atractiva, é geralmente prejudicial para as paredes de tijolo mais antigas de construção tradicional. Muitos tipos de hera podem provocar sérios danos na alvenaria de tijolo especialmente se elas estiverem em fraco estado de reparação, ou tiverem sido construídas com tijolos fracos, possivelmente lascados, assentes em argamassa fraca de cal, ou onde o refechamento das juntas for defeituoso.

Se não for cuidadosamente removida, a hera deve ser, pelo menos, fortemente controlada e nunca se deve deixar atingir os beirados onde ela pode bloquear as caleiras e os tubos de queda. Com vento forte, a vegetação também pode transferir uma carga adicional consequente desse vento, arrancando as caleiras, os parapeitos e mesmo as fugas das chaminés.

Os pombos também podem representar problemas, especialmente nos centros urbanos. Não só eles podem fazer soltar os revestimentos dos telhados, mas também conseguem bloquear as caleiras e os tubos de queda com as suas penas, detritos e excrementos, provocando a penetração da água e a consequente degradação. As fezes desfiguram rapidamente a fábrica exterior (bem como a interior), e podem danificar os tijolos porosos. A sua remoção é difícil e cara.

É imperativo que se faça o seu controlo, o qual pode envolver redes, geles repelentes, venenos, armadilhas e mesmo tiros.

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