As construções das décadas de 40 e 50 concentram-se nas zonas de expansão a Norte da cidade, nomeadamente na área de Alvalade, Campo Grande, S. João de Brito e S. João de Deus, sendo, como se sabe, estruturas mistas de alvenaria de tijolo maciço (em alguns casos subsistem nas paredes exteriores as alvenarias ordinárias de pedra, noutros há paredes de empena de betão) com lajes de betão e algumas vigas e pilares, sobretudo no piso térreo.
Verificando-se a ocorrência de condições bastante uniformes nas fundações, a irregularidade do comportamento dos edifícios desta tipologia e desta época em relação ao sismo (incluindo o colapso global de cerca de dezena e meia de edifícios), requereu a análise acerca das características efectivas destas estruturas, fazendo-se para isso a consulta dos arquivos camarários que foram preservados.
Constata-se que, de uma forma que pode considerar-se quase sistemática, os edifícios mais arruinados foram sujeitos a obras de alteração de compartimentação interior, com supressão de paredes resistentes, circunstância que introduziu fragilidades e assimetrias estruturais que vieram a revelar-se decisivas; os edifícios que mantêm a estrutura original, ou que foram objecto de pequenas alterações, tiveram geralmente um comportamento satisfatório, que se justificará pela grande densidade de paredes (trata-se, recorde-se, de edifícios com planta muito compartimentada) e pelo efeito de cintagem assegurado pelas lajes de betão armado.