Se o terreno natural é constituído por materiais muito compressíveis (turfas, vasas moles, argilas com forte teor de água, etc.), é totalmente desaconselhado sobrecarregá-los com aterros cuja influência só pode aumentar a amplitude dos assentamentos.
A título indicativo, 2 m de aterro exercem uma pressão superior a 30 000 Pa, ainda que frequentemente, não se hesitasse a admitir esta carga para certos terrenos compressíveis.
Iremos descrever em pormenor, no capítulo das fundações heterogéneas, um sinistro extremamente importante que afectou, há cerca de quinze anos, um pavilhão desportivo no Sudoeste.
Em resumo, se nos terrenos muito compressíveis, a fraca importância das obras a construir não justificar fundações profundas, é necessário encontrar-se um modo de fundação que sobrecarregue ao mínimo o terreno, e evitar colocar-se aterros importantes, que são já, por si sós, compressíveis e que, por outro lado, trazem ao terreno um acréscimo de cargas geradoras de assentamento.
Voltaremos a esta questão no capítulo das fundações sobre terreno compressível.