Apontamentos Alvenaria de Tijolo: O seu Desenvolvimento Histórico

Alvenaria de Tijolo: O seu Desenvolvimento Histórico

Alvenaria de Tijolo Tudor 1485 – 1603

A popularidade deste material pode ser seguida até à revitalização da fabricação de tijolos na Inglaterra ocidental nos finais do século XIII e princípios do século XIV.

Era o resultado directo da falta de pedra local, uma crescente escassez de madeira de boa qualidade, e a influência da Europa onde a alvenaria de tijolo era largamente usada.

Durante o período Tudor, os fabricantes e os assentadores de tijolo emergiram como profissionais distintos perfeitamente capazes de rivalizarem com os pedreiros. A partir do trabalho inicial pouco sofisticado, a construção com tijolo entrou na sua época áurea rivalizando com a pedra na sua popularidade como material estrutural.

O tijolo era produzido geralmente na obra, em pilhas cozidas com madeira, mato ou turfa, por trabalhadores itinerantes. Produziam-se não só tijolos normalizados mas também muitos com formas extravagantemente elaboradas, bem exemplificadas pelas que formavam as fugas de chaminé enroladas em espiral que são típicas deste período.

Os Tudor padronizaram mais o seu trabalho com tijolo inserindo topos 1 de tijolos sobrecozidos ou vitrificados nas paredes. Estas superfícies escuras variando de cor desde o púrpura profundo até ao ardósia, eram cuidadosamente assentes recuados de um quarto de tijolo, principalmente em aparelhos de assentamento chamados de ‘English bond’ ou à ‘English cross-bond’, para formarem um padrão ou um xadrês dentro da alvenaria predominantemente vermelha.

Os tijolos Tudor eram de tamanho e forma irregulares pelo que eram necessárias juntas espessas (15 – 25 mm) para os conseguir regularizar. A argamassa de presa lenta era constituída por cal aérea amadurecida (contendo frequentemente partículas do combustível usado na sua produção), e areia grossa numa proporção variando entre 1:2 e 1:5, e as juntas eram acabadas à face 2 com a colher de assentamento.

Com a construção do Palácio de Hampton Court, temos não só o selo da aprovação real, mas também um monumento aos feitos do tijolo nesta época.

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O Período Georgiano 1714 – 1813

O final do século XVII e o princípio do século XVIII foram um ponto alto no uso do tijolo. A sua fabricação foi muito melhorada, usando argila loteada, melhores moldes e cozeduras mais uniformes que conduziam a uma maior consistência de formas e dimensões.

As cores do tijolo foram-se alterando em popularidade desde o vermelho até aos tijolos púrpura e cinzentos que estiveram na moda desde finais do século XVII até 1730, quando os materiais acastanhados ou cinzentos rosados substituíram as cores quentes.

Esta tendência prosseguiu até meados do século XVIII com materiais cinzentos e, por volta de 1800, com a produção de materiais a partir das margas amarelas de Londres, que se aproximavam mais da cor de pedra desejada para uma fachada clássica.

A alvenaria de tijolo era geralmente da mais elevada qualidade, principalmente no aparelho de assentamento Flemish Bond, apesar de o header bond também ser popular nos princípios do século XVIII.

O refechamento das juntas era feito com a mesma elevada qualidade. Para além de proporcionar mais protecção à mais fraca argamassa de assentamento, uma pormenorização cuidada também ajudava a minimizar o impacto visual das juntas para que os pormenores clássicos ficassem mais claramente expostos.

As juntas coloridas a condizerem com o tijolo eram o mais elaborado desenvolvimento para este desafio.

Uma outra solução, mais dispendiosa, era a utilização de alvenaria combinando tijolos de cor diferente popularizados por Wren em fachadas de tijolos de cor delicadamente combinada, recortados e lixados em unidades exactas, e assentes com finas juntas de cal em pasta.

No entanto, depois de 1730, isto passou a ser considerado demasiadamente caro e ficou reservado apenas para arcos de janelas, ‘aventais’ e outras ornamentações.

Alvenaria Victoriana 1830 – 1914

Este foi um período de revivalismo na arquitectura doméstica e na construção industrial. A primeira procurando regressar ao ‘medievalismo’ e a outras formas exóticas de construção como alívio contra afalta de espiritualidade da Idade da Máquina.

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A última, para a infra-estrutura de fábricas, armazéns, pontes de caminho de ferro etc., todas largamente conseguidas através da barata utilização do tijolo.

Durante este período, foi fabricado e assente um maior número de tijolos do que durante todos os períodos anteriores. Os métodos de fabricação do tijolo foram melhorados sob todos os aspectos, inclusivamente no que se refere a exactidão, regularidade e na gama de cores disponíveis.

Desde meados do século XVIII em diante, o processo de fabricação, tal como muitos outros, tornou-se mecanizado. Isto permitiu a utilização de maiores quantidades de argilas comprimidas em tijolos densos para a utilização em trabalhos de engenharia.

Com os progressos nos transportes e nas comunicações, os tijolos passaram a ser transportados em maiores áreas, o que acabou com as tradicionais produções locais.

Durante o final do século XVIII também ocorreram melhoramentos na produção de argamassas pela utilização de agregados lavados e calibrados, frequentemente coloridos.

Além disso, o desenvolvimento de cimentos naturais tais como o cimento Romano e outras cales hidráulicas, que faziam presa mais depressa e mais forte, foi vital para a velocidade de construção que a Idade Industrial exigia.

O Cimento Portland apareceu em meados do século XIX. As juntas reduziram-se para 0.3 polegadas (8 mm) graças à exactidão dos tijolos comprimidos mecanicamente e continuaram a ser acabadas com diversos perfis. Todos eram populares a partir do século XVII apesar de os novos estilos de juntas ‘weather struck’ e ‘cut’ 5 se terem tornado particularmente populares.

Era também usada uma grande variedade de aparelhos de assentamento apesare de, por norma, predominar o Flemish Bond na construção habitacional, enquanto que o English Bond era preferencialmente industrial.

Em todos os aspectos da alvenaria de tijolo, o desejo Vitoriano de enriquecimento era facilmente conseguido pelo uso frequente de um trabalho policromático garrido, e o luxo da ornamentação pela produção em massa de moldados de pormenorização ‘especiais’ ou pela alvenaria de tijolo fabricado ‘à medida’.

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