Introdução
O Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel é considerado, desde há vários séculos, um local de fé e peregrinação, além de constituir um bom exemplo de arquitectura popular, rico em detalhes construtivos.
No entanto nas últimas décadas este património tem vindo a decair em termos materiais, pelo que foi iniciado em 1995 um projecto de restauro, reabilitação e reutilização, da responsabilidade do estado (Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais – DGEMN).
Em paralelo com o referido projecto de restauro, colocou-se a necessidade de efectuar um registo multimédia exaustivo de todos os elementos, arquitectónicos, ambientais, históricos, paisagísticos, evolutivos, etc. deste local, principalmente os que possam desaparecer ou sofrer sérias alterações com o processo de restauro.
Este registo contempla não só o fornecimento de informação segundo as vertentes clássicas acima mencionadas, mas e sobretudo, têm como objectivo servir de ferramenta de estudo e análise aos especialistas, tais como arquitectos, arqueólogos, historiadores ou outros, não se visando portanto o grande público.
Desta forma, a informação recolhida requer um tratamento específico, mais complexo e tendencialmente mais detalhado, de acordo com o formalismo próprio, a gíria ou as técnicas, só para mencionar alguns aspectos, relacionados com as exigências próprias de cada grupo de interesse alvo.
O documento de registo deverá ser portanto fidedigno e ir ao encontro da satisfação final do utilizador especialista.
Este artigo, é iniciado com uma apresentação das principais soluções clássicas de registo de património, seguido da descrição de um modelo e metodologia de registo desenvolvido segundo a orientação ao especialista, dando como exemplo de aplicação, o caso do registo do Santuário do Cabo Espichel.
Finalmente apresentamos linhas para trabalho futuro e algumas conclusões.