A aplicação de gatos metálicos é usada para a reparação de equipamentos e de maquinaria na indústria da engenharia há mais de cem anos, mas só durante as últimas décadas é que tem sido mais largamente aplicada na reparação de fundições arquitectónicas.
O processo começa pela perfuração de dois furos em linha perpendicular à fractura da peça fundida, que depois se ligam por um rasgo.
Para se conseguir o correcto espaçamento entre furos, usa-se um ritmo especial de perfuração com centros a 1/8″, 5/32″, 3/16″ ou 1/4″ conforme a espessura do material que vai ser reparado.
Colocam-se então agrafes apropriados, ajustados nos rasgos, para se criar uma ponte através das secções fracturadas.
Os agrafes são feitos com um aço altamente niquelado, que tem o mesmo coeficiente de dilatação que o ferro fundido.
Este material foi especificamente escolhido porque é suficientemente forte para absorver os esforços transversos, mas
suficientemente dúctil para proporcionar a necessária elasticidade.
A maioria das reparações exige uma série de chaves e de agrafes, a espaçamentos regulares, ao longo da fractura.
Depois de completados, abrem-se furos ao longo da linha da fractura, e entre cada dois agrafes.
Estes furos são preparados para receberem parafusos especiais que enchem a fractura e garantem que ela fica completamente impermeável.
Finalmente, a área que foi gateada é superficialmente regularizada, à face do material original, para se criar uma reparação despercebida.
Assim, depois da fractura estar reparada, esta área de metal fica, por vezes, mais forte do que ferro fundido original, e depois de receber um primário e ser pintada, a reparação pode ser invisível.
Em certos casos que envolvem grandes esforços de serviço, como as reparações de colunas fundidas, tem-se a necessidade de prever um reforço extra.
Nestas circunstâncias, é inserida uma “chave mestra” além dos “gatos” normais.
A “chave mestra” é uma secção maior de metal que pode variar, em forma e em tamanho, para satisfazer requisitos especiais de reparação, mas basicamente envolve uma ponte de maior secção que é executada pela mesma técnica que no caso dos “gatos” convencionais.
Nos casos em que faltam partes inteiras do material, por efeito da corrosão ou de danos mecânicos, pode-se fazer um remendo no material, conhecido como um “implante”, para se preencher a falta, sendo depois “gateado” na sua posição definitiva.
Os implantes deste tipo podem ter dimensões desde alguns centímetros até vários decímetros.
Aplicações
Em toda a sua variedade, o ferro fundido Vitoriano é uma parte fascinante e extremamente válida do nosso património arquitectónico.
Graças à sua robustez, a aplicação de gatos a frio permite que os elementos estruturais originais permaneçam funcionais, suportando as mesmas cargas e funcionando da mesma maneira como foram originalmente projectados (desde que o projecto original não fosse já, ele próprio, inadequado para esse objectivo).
Os projectos decorativos históricos podem ser preservados na sua riqueza e pormenorização autênticas, geralmente a custos bastante menores do que a substituição por qualquer coisa mais
moderna, mas talvez com falta da mesma dose de carácter.
O processo pode ser aplicado a uma grande diversidade de situações, variando desde a substituição de ornamentos terminais e de secções de grelhagens, até à reparação de elementos estruturais principais como colunas e esquadros em consola.