Apontamentos A Linha de Junção Pavimento/ Parede

A Linha de Junção Pavimento/ Parede

Antecedentes:

Um antigo celeiro com paredes maciças em tijolo, tinha sido convertido em piscina. As paredes tinham sido injectadas com uma barreira química contra a humidade e revestidas com uma membrana de polipropileno; esta membrana estava ligada com uma membrana semelhante, existente sob o pavimento, por baixo de um rodapé na base da parede. As paredes foram revestidas com uma argamassa pré-doseada de estuque permeável à base de gesso, numa só camada.

Logo após a conclusão dos trabalhos, desenvolveu-se uma erupção no acabamento ao redor das paredes exteriores até uma altura de cerca de 750 mm: este facto foi interpretado como tendo sido provocado ou por falha da membrana da parede ou por condensação.

A investigação:

Os dados higrométricos evidenciavam que as paredes estavam todas bem acima da temperatura do ponto de orvalho; não tinha ocorrido nenhuma condensação e esses dados mostravam também que o risco de ocorrer qualquer condensação superficial era muito baixo.

Os perfis de humidade e de sais solúveis mostravam que a água tinha subido a partir da base da parede, mas que não se tinham desenvolvido níveis significativos de sais solúveis ou concentrações desses mesmos sais (cloretos ou nitratos consequentes de água ascendendo a partir do terreno desde há muito tempo) que sugerissem que a água tinha subido do terreno e que não era proveniente de uma falha na membrana (ou seja, que a difusão de água/ sais a partir da parede subjacente poderia ter provocado essa contaminação).

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Foi removida uma parte do revestimento em estuque e o rodapé de junção pavimento/ parede foi retirado. Os exames mostraram que a membrana da parede e a sua junção com a membrana do pavimento estavam bem colocadas e seladas. No entanto, o rodapé (constituído por lajes em pedra na base da parede) estava distintamente molhado e o estuque poroso tinha “descascado” acima desse rodapé, ou seja, existia uma “ponte” entre o rodapé molhado e esse estuque.

Notou-se, também, que os danos no acabamento, consequentes da água, se estendiam até uma altura superior ao do nível actual da ascensão da humidade; isto sugeria que já tinha ocorrido uma certa secagem.

Conclusões:

A água que provocava os danos não era consequente de condensação ou de falha no sistema da membrana de polipropileno. Era resultado da estrutura da junção pavimento/ parede, a qual tinha permitido que a “água de construção” do rodapé passasse por uma “ponte” até ao estuque permeável.

Conforme o rodapé foi secando, a altura que a água atingia foi diminuindo. A remoção da parte inferior do estuque permeável eliminou, efectivamente, este problema.

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