Apontamentos A especificidade do enquadramento urbano

A especificidade do enquadramento urbano

A valorização dos vestígios arqueológicos num contexto urbano levanta um certo número de questões.

Em primeiro lugar, o que é que se entende por vestígios arqueológicos? Este conceito foi consideravelmente alargado durante os anos mais recentes, por exemplo na arqueologia dos edifícios, que examina a evolução do património edificado.

Será que a cidade, como um todo, deveria ser agora olhada como um objecto a ser desenvolvido como se fosse uma espécie de museu? Ou, como era feito até há não muito tempo, ser mantida uma definição muito mais estreita de património arqueológico, limitada a determinados períodos notáveis, tais como os Gregos e Romanos?

A valorização é, por si só, um conceito bastante vago que engloba um certo número de ideias e de conceitos diferentes e, de certa maneira, incompatíveis entre si, variando desde os puramente económicos até ao mais insubstancial simbolismo.

O enquadramento urbano é diferente do enquadramento rural por circunstâncias bastante específicas.

Estas estão principalmente relacionadas com depósitos arqueológicos altamente concentrados e com factores de degradação bastante distintos, bem como com o desenvolvimento socio-económico e cultural bastante único das cidades.

Alguns afirmam que a valorização dos vestígios arqueológicos urbanos é teoricamente impossível por causa do velho antagonismo que parece opor os arqueólogos aos planeadores.

Os primeiros são acusados de pretenderem preservar tudo, enquanto que os outros parecem não ter mais nenhuma ambição do que verem-se permanentemente livres de todos os traços materiais do passado.

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Apesar destas dificuldades, foram-se desenvolvendo, durante os últimos anos, um certo número de projectos e de experiências para a valorização de vestígios arqueológicos urbanos.

Para se citarem apenas dois dos mais representativos exemplos Europeus, vêm ao espírito a catedral de St. Pierre, em Genebra, e o novo acesso ao Grande Museu do Louvre, em Paris.

Estas experiências, uma boa e outra má, puseram em dúvida uma quantidade de doutrinas arqueológicas anteriormente firmemente mantidas, tais como o lugar das hipóteses, as limitações do restauro e o conflito entre o património e a criatividade contemporânea.

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