Os seguintes princípios de orientação são declarações governamentais sobre a conservação das edificações históricas e baseiam-se nas cartas internacionais que foram estabelecidas durante o século passado.
Estes princípios proporcionam uma base para a tomada de decisões respeitantes à boa prática na arquitectura de conservação, como em todo o mundo.
Estes princípios explicam o “porquê” de todas as actividades de conservação e aplicam-se a todas as edificações do património e às suas envolventes.
1. Respeito pelas evidências documentadas
Não se deve basear o restauro em conjecturas. O trabalho de conservação deve ser baseado em documentação histórica, tal como fotografias históricas, desenhos ou evidências físicas.
2. Respeito pela localização original
Os edifícios não devem ser movidos, a menos que não haja outro meio para os salvar. A localização é uma componente integrante de um edifício. A mudança de localização diminui consideravelmente o seu valor patrimonial.
3. Respeito pelo material histórico
Reparação/ conservação – são preferíveis à substituição dos materiais de construção, excepto onde absolutamente necessária. Uma intervenção mínima mantém o conteúdo histórico do recurso.
4. Respeito pela fábrica original
Reparar com materiais idênticos. Reparar para reverter o recurso à sua condição anterior, sem lhe alterar a sua integridade.
5. Respeito pela história dos edifícios
Não restaurar de acordo com um período, à custa de outro período. Não destruir as adições tardias de uma casa, para a repor em conformidade apenas com um só período.
6. Reversibilidade
As alterações devem estar aptas a serem revertidas às condições originais. Isto conserva as concepções e as técnicas construtivas originais. Por exemplo, quando um novo vão de porta é aberto numa parede de pedra, as pedras originais devem ser numeradas e armazenadas, permitindo um restauro posterior.
7. Legibilidade
O trabalho novo deve ser distinguível do antigo. As edificações devem ser reconhecidas como produtos do seu tempo, e as novas adições não devem confundir a distinção entre o novo e o velho.
8. Manutenção
Com cuidados contínuos, não será necessário um restauro no futuro. Com uma manutenção corrente, podem ser evitados os grandes trabalhos de conservação e os seus elevados custos.